Abaixo-Assinado (#6584):

CONTRA O USO E SACRIFÍCIO DE BEAGLES EM EXPERIMENTOS CIENTÍFICOS NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ/AGAINST THE USE AND KILLING OF BEAGLES IN SCIENTIFIC EXPERIMENTS AT THE UNIVERSITY OF MARINGA-BRAZIL

Destinatário: EXCELENTÍSSIMO GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ, MAGNÍFICO REITOR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ, OUVIDORIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ, COMITÊ DE ÉTICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

(see below for abridged text in English)

Os abaixo-assinados vêm respeitosamente requerer que a reprodução de cães da raça Beagle no Biotério da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o uso desses cães em experimentos científicos nos laboratórios dessa universidade, bem como sua eutanásia, sejam, independentemente de seus fins, imediata e irrevogavelmente interrompidos. Requerem, também, que os cães confinados sejam disponibilizados para doação.

O requerimento apóia-se nas razões aqui expostas:

Os pesquisadores do Biotério da Universidade Estadual de Maringá definem seu trabalho em termos de “experimentação e ética”. A ética refere-se, neste caso, ao fato de o Biotério cumprir as normas ditadas pela Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório (SBCAL). Os pesquisadores declaram, portanto, que o Biotério dispõe de “dois depósitos para ração de ratos e de cães, um canil de quarentena (60 m2), com sete gaiolas (7 m2) e um canil de manutenção de 127 m2 com 12 gaiolas (9 m2). (...). Possui, também, um forno crematório em instalações adequadas, com licenças ambientais expedidas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), sendo autorizado a queimar resíduos do tipo A4 (carcaças animais e peças anatômicas), com capacidade de 22 kg/h, atendendo à demanda interna gerada pelo ensino e projetos de pesquisa.” No cumprimento destas normas encerra-se a ética seguida pelos pesquisadores do Biotério.
Sabe-se, no entanto, que a palavra ética refere-se à apreciação da conduta humana, que é suscetível de qualificação com respeito ao bem e ao mal. É preciso indagar, portanto, sobre o mal e o bem produzidos a partir de dada conduta, coletiva ou individual.
Embora determinados experimentos conduzidos pelos pesquisadores da UEM possam auxiliar na formulação de medicamentos para humanos, o que seria, supostamente, um bem, o mal infringido aos Beagles em tais experimentos em muito supera o suposto beneficio.
Beagles são cães extremamente dóceis, inofensivos, companheiros, inteligentes e sensíveis. Por serem hiperativos necessitam de espaço amplo e de atividade física constante. Além disso, um Beagle pode viver até 18 anos. Os canis do Biotério são, assim, insuficientes para esses cães, que precisam viver ao ar livre para terem equilíbrio físico e emocional. Por outro lado, a condução de experimentos, que incluem “procedimentos na área de técnica operatória e cirurgia experimental”, entre outros, constitui um ato de crueldade por impingir a esses cães sofrimento inigualável e por privá-los do direito à vida.
A capacidade de pensar e ponderar a partir de um ponto de vista ético é própria do ser humano. Quando dada conduta, com o objetivo de atinigir um fim, privilegia meios que trazem sofrimento ao outro, torna-se antiética e, portanto, desumana, ainda que certas normas digam o contrário. Afinal, a ética está sobretudo ligada ao cuidado dos fracos e desprotegidos. Os Beagles reproduzidos e manuseados no Biotério e nos laboratórios da UEM não podem, obviamente, se defender ou mesmo protestar contra os experimentos ou a favor de sua vida. Dessa forma, o que se apresenta não é uma conduta ética, mas um exercício de poder do forte contra o fraco, que se encontra submisso e dominado. Não é à toa que cães da raça Beagle foram escolhidos pela universidade: sua doçura torna mais fácil o manuseio.
Cabe aqui, portanto, um questionamento imperioso: se tivermos em mente, por exemplo, a inclusão de mais um medicamento na indústria farmacÊutica, mais uma patente, ou mais um método de implantes, podemos imaginar que, em última instância, os efeitos dos experimentos conduzidos nos laboratórios da UEM e o confinamento de Beagles no Biotério são promissores para a comunidade científica e para a população humana, mas se considerarmos a vitimização dos Beagles, sua candura e inocência, o efeito é certamente deletério, porque tira de nós, homens, a humanidade e a civilidade que devem sempre nos caracterizar.
Como pontua o intelectual húngaro Karl Polanyi, as mudanças e o progresso podem não cessar, mas seu ritmo pode e deve ser controlado. Neste caso, se determinados medicamentos ou melhoramentos científicos precisam ser elaborados, que o sejam no tempo certo, que é o tempo necessário para que se descubram procedimentos científicos que não comprometam o bem estar e a vida desses cães.

“A grandeza de uma nação e seu progresso moral podem ser medidos pela forma com que os seus animais são tratados”. Mahatma Ghandi”


The below-signed respectfully request that the reproduction of Beagles at the State University of Maringa, the use of these dogs in scientific experiments in the laboratories of that University, as well as their euthanasia, be immediately and irrevocably interrupted. We also request that the confined dogs be given for adoption.

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