Abaixo-Assinado (#47796):

Manifesto Internacional Àgatha Félix

Destinatário: Governo do Rio de Janeiro

Um manifesto em solidariedade, luta e pedido de justiça.

Até quando vão nos matar? Ágatha Félix, Marielle Franco, Marcos Vinícius e tantas outras pessoas negras e pobres que tiveram suas vidas interrompidas. Prestamos a nossa solidariedade aos familiares que perderam seus entes queridos de forma tão violenta e inesperada. Nos unimos à luta, pois não podemos nos calar diante das violações de direitos humanos que acontecem todos os dias no Brasil, principalmente nas comunidades. A população negra e pobre é a mais afetada. Mães perdem seus filhos e filhas por causa de bala perdida, crianças têm medo de ir à escola por causa dos helicópteros que sobrevoam as favelas e não conseguem reconhecer estudantes, moradores e moradoras impedidos do seu direito de ir e vir por causa das operações policiais indiscriminadas. Ágatha Félix, Marielle Franco e Marcos Vinícius não eram bandidos. Duas crianças, uma de 8 anos e a outra de 14 anos. Uma mulher, Marielle Franco, que denunciava as atrocidades que ocorriam nas favelas sem que ninguém visse. São cenas trágicas de violência que a população vivencia todos os dias, e ainda assim resiste. Mas isso não pode ser aceitável. No Rio de Janeiro a polícia mata e morre. Em 2019, apenas no primeiro semestre, 731 pessoas foram mortas em decorrência das operações policiais (1). Dentre as vítimas, os jovens negros são a maioria. Entre a categoria policial, no Brasil foram registradas 343 mortes na polícia civil e militar (2), sem contar os altos índices de suicídio na classe. São estatísticas que mostram que esse sistema de segurança pública não está funcionando. Mas não são apenas números, são pessoas. O Estado não está protegendo seus cidadãos e cidadãs. Vidas interrompidas e sonhos que nunca vão se concretizar. Por isso, não podemos tolerar discursos violentos, apologia à guerra e desumanização das vítimas. Por Àgatha Félix, pelas nossas crianças. Por Marielle Franco, pela nossa justiça. Por Marcos Vinícius, pelo nosso direito de viver.


(1) Rede Brasil Atual. Com novo governo, polícia do Rio mata quase 50% a mais no primeiro semestre. Disponível em: https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2019/07/policia-rio-mata-mais/ Acesso em 22 de setembro de 2019.
(2) LIMA, R. S. et al. 13º anuário brasileiro de segurança pública. 2019.



Primeiras Subscritoras
Plataforma GENI
Mulheres da Resistência no Exterior

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