Abaixo-Assinado (#57726):
Os cursos técnicos das instituições de ensino médio técnico do Paraná eram completamente presenciais até o fim do ano letivo de 2021. Entretanto, no início das aulas de 2022, o curso de administração — somente ele, dentre todos os outros — foi submetido a aulas síncronas (através de uma televisão em sala de aula conectada numa reunião do Google Meet, onde ficam as classes e o professor) e assíncronas (através da plataforma Google Classroom) que são criadas e geridas pela Unicesumar. A primeiro momento, isso pode parecer não tão ruim assim, já que está promovendo um avanço tecnológico aos alunos, né? Não é bem assim...
Nós, alunos do CEEP Castaldi, não aprendemos com este modelo. Mesmo com esforço e dedicação por parte dos alunos, nós tentamos de tudo. Mas é impossível. Temos que concordar que, mesmo aparentando uma evolução, máquinas não podem substituir professores! Na matéria aplicada em uma televisão, temos o mais próximo de um professor... mas não é suficiente. Note que, além de nossa turma, ele tem que lidar com muitas outras, e isso tudo ao mesmo tempo. Não dá pra ter a mesma atenção que se teria quando há um professor dedicado a uma turma.
Não para por aí: para tirar dúvidas é necessário digitar através de um teclado integrado a TV ou usar um microfone de péssima qualidade que fica distante (e isso só na matéria da TV, porque a do Google Classroom só tem a primeira opção). Resumindo, o aluno tem que se expressar por letras ou tentar fazer o professor ouvi-lo, tendo que andar até próximo da televisão e repetir várias vezes a frase até que ele entenda. Vai falar que isso é digno de uma instituição de ensino séria?
Com a televisão já é ruim, mas e sem ela? Outras duas matérias do curso não possuem nenhum professor ou uma explicação minimamente ao vivo. O que nos enviam são lições com textos gigantes e maçantes. E não são poucas. Alguns alunos até podem aprender assim, mas a maioria não consegue. Note que qualquer um poderia encontrar um curso semelhante e gratuito na internet — o que se tornou nossa educação?
Muitos dos nossos colegas de classe já relataram que, se soubessem que este curso seria assim, nunca teriam escolhido ele. E sim, não houve nenhum aviso prévio ou anúncio por parte do governo de que seria assim. Tudo foi decidido de última hora e sem a opinião do aluno.
Como inferioridades, podemos citar muitas: você consegue imaginar uma dinâmica em grupo assim? Um trabalho em dupla? Uma atividade extra pra mudar um pouco a rotina? Não tem como. E mais, o único método de avaliação que pode ser utilizado são provas. Não há trabalhos de valores menores, o aluno tem que se virar nos 30 para se dar bem nas 4 provas do trimestre.
O núcleo regional de educação nos diz que não há professores suficientes para aplicar estas aulas. Então porque se comprometeram a nos aplicar este curso? Ou no mínimo, porque não nos avisaram? A própria escola não sabia disso até o início das aulas! Desculpe-me, mas nós achamos que isso não passa de uma grande economia de dinheiro.
Isso é um modelo adotado por renomadas instituições de ensino (como a própria Unicesumar). Mas veja bem, somos adolescentes. Acabamos de "sair" de uma pandemia que prejudicou nosso ensino básico. As aulas pelo Google Meet foram alvo de muitas críticas pelos alunos e pais, então porque acharam que isso daria certo? Este é um conteúdo novo e nada fácil. Já seria difícil compreendê-lo convencionalmente, quem o dirá desta forma. Não temos experiência com essa forma de aprendizado, além de que ela é muito mal pensada e através de plataformas parcialmente gratuitas (diminuindo ainda mais o gasto do governo com nossa educação). Resumindo: não funciona para o ensino médio e fundamental.
Se você apoia essa causa, se você concorda com o que foi dito, e se você apoia a volta das aulas presenciais em nosso curso, assine esse abaixo-assinado. Mas não pare por aqui! Continue apoiando esse manifesto. Envie reclamações à ouvidoria da SEED/PR. Ligue para eles! É só com a nossa união e o seu apoio que nós conseguiremos — e o primeiro passo é tentar e persistir.
*Deixamos claro que o problema não é a Unicesumar. O problema são as aulas síncronas e assíncronas e sua forma de utilização. Lutamos para a exterminação destas aulas e a volta do modelo presencial de antes*.
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