Abaixo-Assinado (#1319):

Contra a matanças de focas para uso de peles no Canadá .

Destinatário: m_mari_ma@hotmail.com

O Canadá continuará a matança de milhares de filhotes de foca, a partir do dia 12 de abril, na península do Labrador. Ativistas dos EUA propõem um boicote.

No dia 12, os caçadores se deslocarão para desolados gelos flutuantes, cerca de cem quilômetros mar adentro, onde não caçavam desde o início dos anos 80 devido à distância e ao perigo. Praticam “crueldades inimagináveis, com focas feridas que se afogam no próprio sangue ou são despeladas vivas”, destacou Rebecca Aldworth, da Sociedade Humana dos Estados Unidos (USHS), que defende um boicote a toda produção pesqueira canadense. “É a maior matança de animais marinhos no mundo”, afirmou ao Terramérica a ativista, que presenciou a caça este ano e em seis anteriores.

As vítimas da caça são exemplares desmamados, com idade entre 12 e 90 dias, que permanecem nas superfícies geladas perto do local onde nasceram até serem capazes de buscar alimentos sozinhas debaixo d’água. Os caçadores vão em busca de suas peles, que possuem uma camada impermeável de pelo curto. O governo canadense considera que se trata da legítima exploração comercial de um recurso natural relativamente abundante. Em 2002, calculou que havia em seu território cerca de cinco milhões de focas arpa, e autorizou para os três anos seguintes a caça de aproximadamente 950 mil exemplares. Este ano prevê-se uma nova autorização trienal, provavelmente para uma quantidade semelhante.


“Nossa meta é simples: manter nos próximos anos uma população de animais saudável, forte e sustentável”, afirmou em um comunicado o ministro de Pesca e Oceanos, Geoff Regan. Cientistas de vários países, junto com representantes do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (Ifaw) e do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), anunciaram que revisarão os cálculos governamentais sobre a população de foca arpa. “Os cálculos de organismos oficiais canadenses relativos à pesca foram considerados errôneos no passado, especialmente no caso do bacalhau (gadus morhua), mas sua avaliação da quantidade de focas arpa parece bastante certeira”, disse ao Terramérica o especialista Ransom Myers, biólogo da Universidade de Dalhouisie, em entrevista através de correio eletrônico.


Myers pensa que a atual caça é sustentável e que não se trata de um problema de conservação, mas de direito dos animais. No final dos anos 70, a divulgação internacional de imagens de filhotes recebendo pauladas até morrerem levou ao colapso o mercado de peles de foca, mas naquele momento a população da espécie havia caído bruscamente para menos de dois milhões. Ativistas como Aldworth questionam a sustentabilidade da caça, mas sobretudo a rechaçam por considerá-la extremamente cruel. Os paus utilizados para matar as pequenas focas, chamados hakapiks, têm um prego na extremidade com que se golpeia os animais na cabeça, quando não são alvejados a partir dos barcos.

Aproximadamente mil pessoas se dedicam a caçar focas no Canadá, em sua maioria pescadores da região, que dessa maneira conseguem alguns milhares de dólares adicionais em duas ou três semanas. Em 2000, cerca de 40% dos canadenses disseram concordar com essa caça. Por outro lado, uma pesquisa recente feita nos Estados Unidos mostrou que 79% dos entrevistados disseram estar contra e dispostos a apoiar um boicote à produção pesqueira do Canadá, como propõe a USHS. As exportações canadenses de produtos pesqueiros para os Estados Unidos somam cerca de US$ 3 milhões por ano. O destacado ativista Paul Watson, da Sociedade de Conservação Pastro Marino, anunciou que observará e registrará nos próximos dias a caça na península do Labrador de seu barco, o Farley Mowat, apesar de ter sido proibido pelo governo. “O Canadá não quer que vejamos e documentemos o que acontecerá nessas desoladas e solitárias placas de gelo”, afirmou Watson em uma carta aberta.

FOTO - http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/images/1041_foca/1105131_foca2.jpg - imagem com violência, mas não possui cena forte .

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