Abaixo-Assinado (#1558):

Não Afoguem as Ilhas do Paraíba!

Destinatário: Excelentíssimo Senhor Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc; Excelentíssimo Senhor Governador do Estado do Rio de Janeiro, Ségio Cabral; Secretária de Estado do Ambiente, Sra. Marilene Ramos; Presidente da Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente,

Não afoguem as ilhas do Paraíba

Serão aproximadamente 700 ilhas inundadas!

A falta de consciência na utilização dos recursos hídricos no vale do Paraíba, chegou a um ponto crítico. Além da devastação ambiental resultante do crescimento urbano descontrolado e o abandono da região noroeste do estado do Rio pelas políticas públicas, grandes corporações, aproveitando-se da carência das comunidades ribeirinhas, vêm explorar ainda mais sob a bandeira de um falso desenvolvimento, justificando a extinção do maior arquipélago fluvial do Estado (Domínio das Ilhas Fluviais) com argumentos de geração de emprego e renda inconsistentes, comprometendo a integridade desse importante recurso hídrico.
A construção de 3 hidrelétricas (Itaocara, Barra do Pomba e Cambuci) no leito do rio Paraíba do Sul será o golpe fatal sobre a fauna e flora da região, o que será seriamente sentido pelas comunidades tradicionais ligadas a pesca. Espécies ameaçadas de extinção, como o cágado-do-Paraíba (Mesoclemmys hogei), único quelônio de água doce brasileiro ameaçado de extinção; as espécies de peixes piabanha (Brycon insignis), o surubim-do-Paraíba (Steindacheneridion parahybae) (endêmico da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul), o caximbau-boi (Pogonopoma parahybae) e o crustáceo lagosta-de-São Fidélis (Macrobachium carcinus) que ainda ocorrem no Domínio das Ilhas estarão comprometidas. Tais ocorrências ainda são possíveis, pois ainda existe um significativo trecho do Rio ainda não interrompido por barragens hidrelétricas possibilitando assim, áreas de alimentação, abrigo e reprodução para estas espécies. Este importante trecho contínuo, ou seja, não fragmentado, está situado entre a Usina Hidrelétrica Ilha dos Pombos, em Além Paraíba – MG, e a foz do rio Paraíba do Sul, em São João da Barra – RJ. Exatamente igual a todos os outros empreendimentos hidrelétricos, uma vez implantados, ocorrerá um significativo desarranjo na composição da fauna aquática o que comprometerá a sobrevivência de muitas espécies vegetais e animais.
A justificativa para esse impacto ambiental é a geração de emprego para as comunidades da área de influência dos empreendimentos. Vale ressaltar que tais empregos não serão disponibilizados todos ao mesmo tempo, mas sim, de forma escalonada respeitando o cronograma de execução do empreendimento. Como em todos empreendimentos hidrelétricos, uma vez funcionando, estarão disponíveis apenas 20 a 30 empregos na nova usina hidrelétrica, sendo os demais trabalhadores dispensados, voltando tudo a estaca zero.
Terminado o período das grandes contratações escalonadas durante os 36 meses (tempo de construção da obra) terá sido estratégico sacrificar o emprego de vários chefes de família ligados a pesca artesanal em função da geração de uma pequenina quantidade de energia elétrica? Se considerarmos a classe pescadora dos municípios fluminenses Carmo, Cantagalo, Santo Antônio de Pádua, Aperibé, Cambuci e São Fidélis, e dos municípios mineiros Pirapetinga, Volta Grande e Estrela Dalva serão aproximadamente 600 pescadores, que vivem parcialmente e integralmente do pescado, que terão suas receitas drasticamente diminuídas. Trocar 30 por 600 será esta a matemática sócioambiental que resolverá os problemas da região noroeste fluminense? Será este o modelo de sustentabilidade que precisamos?

Além do desaparecimento das espécies animais, vegetais e a atividade artesanal será extinta uma das mais belas paisagens do rio Paraíba do Sul: as corredeiras com suas belas ilhas fluviais. A beleza natural deste trecho, o Domínio das Ilhas Fluviais, tem um potencial turístico imenso, até então não explorado.

Visando impedir uma atrocidade ambiental dessa magnitude, a Rede de Ongs da Mata Atlântica está lançando a campanha “Não afoguem as ilhas do Paraíba”, uma iniciativa que pretende impedir a construção dessas barragens, para preservar a fonte de renda das comunidades e garantir a sobrevivência das espécies de fauna e flora da região.

Não podemos deixar que destruam este patrimônio natural nacional. Temos que impedir que afoguem as ilhas do Paraíba.

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