Abaixo-Assinado (#7454):

Manifesto pela via sustentável

Destinatário: lourdes.zunino@gmail.com

MANIFESTO PELA VIA SUSTENTÁVEL

Nós abaixo assinados, cidadãos amigos da cidade do Rio de Janeiro, somos contra o gasto de verbas que priorizam o transporte individual. Em acordo com as novas tendências das políticas de sustentabilidade amplamente divulgadas na comunidade global, defendemos o investimento em transporte público de qualidade.

Propomos que a Parceria Público Privada - PPP de R$ 7 bilhões do Porto Maravilha, que tem enfoque na circulação de automóveis, seja revista. É urgente dar prioridade à implantação de transporte de grande e média capacidade movido a energia limpa, seguindo a tendência mundial de unir tecnologia de ponta com integração social. O objetivo é mudar o modelo rodoviarista para reverter a insustentabilidade do transporte em veículos particulares que ocasionam engarrafamentos, acidentes, estresse, poluição sonora e do ar, externalidades que afetam a qualidade de vida e impactam na saúde da população, além de onerar os cofres públicos. Custos esses, que podem e devem ser valorados e considerados no longo prazo.

A Lei Complementar 101/2009 do Porto Maravilha determina que o transporte coletivo deve ser priorizado, mas em seus anexos, e no Power Point da apresentação do projeto, constata-se o contrário:

• Anexo específico sobre obrigatoriedade de vagas;
• 900 vagas sob a Praça Mauá;
• Mergulhão que tem como objetivo substituir um trecho de 2 km da Av. Perimetral. Depois do Armazém 6, a Av. Rodrigues Alves se tornaria via expressa;
• Binário: Depois de 2016, as duas pistas para automóveis, certamente engarrafadas, seriam contempladas com VLT entre elas, o que deveria as preceder.

Trata-se de um projeto que claramente prioriza o custeio e o desenvolvimento de políticas que incentivam e fomentam o uso do transporte individual.

Este documento propõe a revisão do 1º convênio de PPP do Município , para que assuma suas metas de redução de emissão de GEE conforme lei N 5690/10 que institui a política estadual sobre mudança global do clima e desenvolvimento sustentável. Com negociação de valores, adequação e desenvolvimento de projetos existentes, pode-se transformar a perimetral em metrô de superfície, integrando a recente estação Cidade Nova, com as estações Rodoviária (conexão para Fundão, aeroporto do Galeão, Ilha do Governador), Praça Mauá, aeroporto Santos Dumont e Cinelândia.

Com esse projeto, milhares de usuários serão estimulados e incentivados a deixar de usar carros para fazer o percurso. Sob a Perimetral, propõe-se a criação de um calçadão coberto para pedestres e ciclistas, que unirá o porto ao Aterro e toda orla da cidade. A verba deve se destinar também à transformação de todas as estações e vagões de trem do ramal da Central do Brasil em metrô de superfície. É possível, conforme afirma o presidente da ABIFER (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária).

O projeto é viável economicamente, pois se paga em poucos anos, deixando de haver gastos públicos nas externalidades causadas pelo transporte individual na paisagem e nas pessoas.

Além disso, o projeto é capaz de colocar a cidade do Rio de Janeiro entre os exemplos de boas práticas de sustentabilidade no mundo, reforçando o seu potencial turístico e atraindo investimentos das mais diversas naturezas, em vez de criar um novo “elefante branco” para a cidade. A parceria, como foi aprovada, é muito pouco prática, e não será capaz de inserir a cidade nas novas dinâmicas de gestão sustentável dos grandes centros urbanos. Será apenas festim, sem efeito contundente algum para as políticas de transporte da cidade.


Abaixo assinado

Lourdes Zunino Rosa
Arquiteta DSc PET/COPPE/UFRJ
CREA no. 200193306-1

Ricardo Esteves
Arquiteto DSc PET/COPPE/UFRJ
CREA no. 200193306-1

Gisela Santana
Arquiteta Dsc PPGPS/UERJ
CREA no. 180149833-4

Cecilia Polacow Herzog
Paisagista
Mestre Urbanismo PROURB-UFRJ












EMBASAMENTO

Reportagens:

Metrô de superfície é um dos atalhos para sanear o trânsito
Fonte: Portal PUC/RJ - http://puc-riodigital.com.puc-rio.br
23.09.2010

“O modal ferroviário é, na avaliação dos especialistas, a alternativa de transporte público mais eficaz e menos poluente. Álvaro Ferreira, professor de geografia urbana da PUC-Rio, acredita que nem mesmo a construção da Linha 4 do metrô, ligando a Barra da Tijuca à Gávea, seria opção ideal de integração para a Zona Oeste. A continuidade de uma única linha no metrô carioca tornaria o deslocamento mais longo e limitaria as possibilidades de articulação entre vários pontos da cidade. O tempo de viagem continuaria relativamente alto, argumenta o especialista. (As horas desperdiçadas no trânsito comprometem cerca de 10% do PIB carioca, estima o Plano Diretor de Transporte Urbano da prefeitura.)”
“Já o especialista em ferrovias do Departamento de Engenharia Civil, Elias Nigri, reconhece que aspectos geológicos e demográficos cariocas impõem algumas dificuldades à expansão da rede ferroviária subterrânea. Entre eles, o solo arenoso e a densidade populacional. No entanto, ele credita a demora dessa expansão ao "esvaziamento político-econômico do estado nas últimas décadas e à carência de um modelo de regulamentação e planejamento resistentes ao tempo e aos governos".”
“O corredor expresso de ônibus ligando o aeroporto internacional à Zona Oeste, uma das grandes apostas do governo na área de transportes, é considerado discutível pelo especialista em geografia urbana. Apesar de considerar a opção pelo ônibus expresso melhor do que o ônibus comum, Ferreira reforça a necessidade do aprimoramento do transporte ferroviário, inclusive pelo benefício ambiental. Ele observa que mesmo os ônibus movidos a biodísel poluem o meio ambiente.”
“Elias Nigri destaca a complementaridade entre os ônibus expressos e o metrô de superfície:
– Eles não são excludentes. O que não se pode é projetar transporte de massa sobre ônibus. Na escala do custo de implantação, o metrô é o mais caro, depois vem o trem ou metrô de superfície e o corredor de ônibus, o mais barato. Mas se considerarmos a eficiência energética e o impacto ambiental, aí a escala se inverte.”
Disponível em http://blogs.abril.com.br/weblog/2010/09/metro-superficie-um-dos-atalhos-para-sanear-transito.html acesso em 6.11.2010


Projeto da UFRJ propõe alternativa à demolição do Elevado da Perimetral
Fonte: Olhar Virtual/ UFRJ
Edição 309 de 24 de agosto de 2010

“A Prefeitura do Rio de Janeiro prevê uma série de obras a serem realizadas nos próximos anos, com o objetivo de adequar a cidade para os megaeventos esportivos em 2014 (Copa do Mundo de Futebol) e 2016 (Jogos Olímpicos). Um dos planos mais audaciosos do chamado Projeto Porto Maravilha é a demolição do Elevado da Perimetral, sobre a Avenida Rodrigues Alves e que liga o bairro do Caju à Praça XV.”

“Olhar Virtual: O edital de demolição da Avenida Perimetral acabou de ser lançado. O senhor acredita que essa iniciativa é a melhor saída para o trânsito do Centro da Cidade? Quais as vantagens e desvantagens da demolição?

Cristovão Duarte: Não, acredito que podemos conservar a estrutura do viaduto, transformando sua função original. Imagine se, ao invés de carros e ônibus poluindo o meio ambiente, nós tivéssemos um parque linear e um transporte de massa sobre trilhos deslizando sobre aquela estrutura? A Perimetral poderia deixar de ser um símbolo do rodoviarismo e se transformaria no símbolo de uma cidade que aposta no futuro sustentável.”

“Orçada em R$ 1,2 bilhão, a demolição só ocorrerá em 2013, mas já vem causando debates entre os especialistas. Para alguns, destruir a estrutura do elevado não é a melhor saída. Cristovão Duarte, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da UFRJ, compartilha dessa opinião. Ele integra uma equipe de docentes e pesquisadores da universidade que, em parceria com alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo, desenvolveu um projeto alternativo à demolição.”

Disponível em http://www.olharvirtual.ufrj.br/2010/index.php?id_edicao=309&codigo=3 acesso em 6.11.2010



Milhares de passageiros dia deixariam de usar carros, com a ligação das linhas de metrô aos aeroportos e rodoviária do Rio de janeiro Menos poluição e engarrafamentos na cidade.

Capital deve ter metrô de superfície em 2012
Fonte: Portal da Ilha - Florianópolis SC
3 fev 2009

“Até abril, estudo técnico-financeiro para implantação do projeto deve ser finalizado.
O metrô de superfície deve começar a funcionar em 2012 na Capital, garantiu nesta terça-feira o secretário regional da Grande Florianópolis, Valter Gallina.

De acordo com o secretário, o governo do Estado já abriu o processo de licitação para a contratação de uma empresa para realizar o estudo técnico-financeiro para a implantação do projeto.

— Existem várias empresas interessadas (em executar a obra), mas ainda não temos um estudo de tráfego, que aponta qual o melhor traçado para investirmos nessa primeira etapa — adiantou o secretário, que ressalta o interesse em operacionalizar o metrô de superfície de forma que o custo da passagem não seja superior ao da tarifa de ônibus.”

“Segundo os estudos preliminares, dois trajetos já se apresentaram como viáveis, pois teriam demanda acima de 1.500 passageiros por hora. O primeiro seria da Praia Comprida, em São José, até o Centro da Capital. O segundo sairia de Barreiros até o Centro.”

Disponível em http://www.suldailha.com.br/content/view/915/ acesso em 6.11.2010


Metrô faz cinco anos... só no projeto
Fonte: Transparência Capixaba
26/09/2009 - 20h19 (A Gazeta)

“A proposta surgiu a todo vapor apresentada em uma animação gráfica como promessa de campanha nas eleições para a Prefeitura de Vitória, ainda em 2004. Mas hoje, após cinco anos, o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), mais conhecido como metrô de superfície, projeto do prefeito João Coser (PT), encontra dificuldades para sair do ponto morto e seguir os trilhos.”

” O metrô em números. R$ 920 milhões

É o custo total da obra, segundo a Prefeitura de Vitória. O metrô, movido a energia elétrica, vai ligar os municípios da Serra, Vitória, Vila Velha e Cariacica, percorrendo 31,1 quilômetros e 30 estações.

35,7% apóiam. Em uma pesquisa realizada pelo Instituto Futura, em abril deste ano, na Grande Vitória, esse era o percentual que apontava o metrô de superfície como a melhor proposta para melhorar o trânsito da região.”

“VLT está no Plano de Mobilidade da prefeitura. De acordo com o Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana de Vitória (PDTMU), o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) poderá ter integração com as linhas de ônibus municipais e do Transcol, com capacidade para transportar entre 250 e 400 passageiros em até três veículos pela região metropolitana da Capital. Dentro de Vitória, o traçado proposto para o metrô seguirá por corredores no canteiro central de avenidas como Fernando Ferrari, Nossa Senhora da Penha e Vitória, além da região do centro, que terá também passagens subterrâneas para o VLT. Segundo a Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV), o novo sistema de transporte público traria uma redução de 30% na extensão dos congestionamentos na Capital.”

Disponível em http://www.transparenciacapixaba.org.br/noticia-detalhe.aspx?idNot=METRO+FAZ+CINCO+ANOS...+SO+NO+PROJETO acesso em 6.11.2010

Modelo de VLT sem fiação aérea



Light rail/VLT na Cidade de Cingapura em Singapura.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ve%C3%ADculo_leve_sobre_trilhos



Conheça a única linha de trem que liga duas capitais brasileiras
Acompanhe o primeiro de dois programas do Especial Ferrovias.
Fonte: Cidades e Soluções – Globo News
edição 3.10.2010
“Viajar de trem me faz voltar no tempo… Como filho de ferroviário, perdi as contas das vezes que fiz o trajeto entre Vitória (ES) e Governador Valadares (MG) – minha terra natal. Me sinto um privilegiado, já que esse meio de transporte ainda é pouco explorado no País. Atualmente, só existem duas linhas regulares de passageiros (que não têm fins essencialmente turísticos) em operação no Brasil: a Estrada de Ferro Vitória-Minas e a Ferrovia dos Carajás. Uma pena! O nosso potencial é muito maior. Poderíamos seguir o exemplo de países da Europa, por exemplo, onde o trem é o principal meio de transporte.
Viajar de trem está mais confortável. Tem vagão com ar condicionado, som, tv… O trem conta com espaço reservado para cadeirante… Isso sem falar na questão ambiental: todo o lixo é reciclado… as locomotivas utilizam biodiesel e os passageiros recebem lições sobre meio ambiente.
É muito legal! Se você tiver a oportunidade de fazer uma viagem de trem, faça! Você não vai se arrepender!
Por Bruno Faustino, repórter da TV Gazeta / Vitória, ES.”
“O sistema ferroviário europeu é o mais moderno, abrangente e sofisticado do mundo. Visitamos a mais importante feira tecnológica do setor em Berlim.”















Grandes possibilidades de abertura do mercado de transporte ferroviário no Brasil

Previsão de investimentos de R$ 100 bilhões em 10 anos (no transporte ferroviário brasileiro), sendo 15 mil km para a malha de transporte de carga; 3 mil km para transporte de alta velocidade; 24 mil km para a malha de transporte de passageiros. Desenvolvimento de pesquisa e postos de trabalho. Empregos e capacitação em alta tecnologia. Hoje empresas brasileiras do setor já participam de feiras internacionais como esta.

“A realidade (engarrafamentos, poluição, doenças associadas) obriga a Brasil a voltar para a ferrovia”
- A ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres - disponibiliza em seu site a relação completa das linhas de trem regulares de passageiros e também das turísticas, além de um mapa com todas as ferrovias do Brasil

- No site da Vale, você encontra informações sobre as duas únicas linhas regulares de passageiros do Brasil, ambas operadas pela companhia: a Estrada de Ferro Vitória-Minas e a Estrada de Ferro Carajás

VLT do Cariri no Ceará, transporta 1200 passageiros / dia, emitindo menos poluição e ruído.
Disponível em http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1627793-17665-304,00.html acesso em 6.11.10

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