Abaixo-Assinado (#36912):

Contra a proposta de Regulamentação de Saraus e Rolezinhos

Destinatário: juventude@gabgov.ce.gov.br

A Coordenadoria Especial de Políticas pra a juventude apresentou uma proposta de regulamentação da realização dos Saraus e Rolezinhos nos equipamentos públicos do território do Bom Jardim.

Um documento escrito de maneira escusa, já que não se sabe ao certo quem participou da confecção desse suposto pacto.

A Regulamentação propõe uma série de normas e possui um texto criminalizante contra as juventudes negras das favelas e comunidades.

Os vários Saraus dizem NÂO a qualquer tentativa de regulamentar (leia-se censurar/cercear) manifestações artísticas e poéticas

Esse é o texto da regulamentação https://drive.google.com/file/d/0BxpoNHTAXYGFZXI4dGo2RDdWUjA/view

Esse é o posicionamento de diversos Saraus do Ceará

Nota de TOTAL REPÚDIO a tentativa (destinada ao fracasso) do Governo do Estado e sua Coordenadoria de Juventude em regulamentar, frear, punir, reprimir, calar, amordaçar e criminalizar os ROLEZINHOS e SARAUS.

Supostos Senhores gestores do Poder Público, quando foi que batemos em sua porta?
Como ousam, agora, depois de tantos passos dados de forma livre, autônoma e autogerida, chegarem à nossa porta que, genuinamente, é a rua, e nos querer ditar regras, nos impor visitas do braço armado do Estado, como se bandidos fôssemos?
Somos todos artistas, poetas, poetisas, escritores, passadores de chapéus, andarilhos de ruas e vielas, pensadores das favelas, semeadores e alcançadores daquilo que vocês não alcançam.
Não precisamos de equipe de redução de danos, porque nós somos fruto de danos históricos, sabemos lidar com eles melhor que ninguém.O que fazemos é reduzir os danos causados pela truculência e desrespeito do Estado em nós e nos nossos irmãos pretos, pobres e periféricos.
Comercializamos sim, mas a preço de custo e para manter nossa própria arte, nossos artesanatos, nossos livros de bolso, nossas comidas veganas.
Quem vocês pensam que são para nos vedar o anonimato? Se não queremos ter nomes, é um direito que nos compete. Se queremos ter muitos nomes, também. Eu sou um sem/cem nomes.
Quem está falando de armas são vocês, os bons entendedores, Phd(s) da (s) violência (s). Então, quem deveria ser evocado como criminosos e passiveis da ação da polícia militar seriam os senhores.
Não estamos destruindo a ordem pública. Desde quando a arte é uma arma que mata e que fere?
Estamos sim, difundindo ideias! Ideias do bem, do amor e do cuidado mútuo e coletivo, de autonomia política, do bem querer e bem viver artístico e solidário.
Desde quando a Polícia tem pautado suas ações (nas periferias) na legalidade? Desde quando?
O que ela tem feito é nos matado, nos ferido, nos agredido, nos constrangido.
Não queremos nos relacionar com o poder público e, por isso mesmo, não somos obrigados a nos cadastrar, a fornecer, para os senhores, nossos dados pessoais. Só nos relacionamos com quem confiamos e com quem compartilha nossa visão poética e ética de mundo.
Nosso palco é a rua e a rua nos dá liberdade para que nossos cronogramas sejam livres como o vento que nos atravessa nas encruzilhadas dos nossos saraus e ocupações, rua a fora, vielas a dentro.
Não somos feirantes (com todo respeito aos feirantes que também não merecem tamanho desrespeito por serem trabalhadores) que assim como nós, buscam de diferentes formas um lugar ao sol. Nosso caminhar é artístico! Não tentem nos padronizar! É caminho sem volta.
Não precisamos da avaliação do Estado sobre a poesia que escrevemos, que recitamos, sobre a música que compomos e que tocamos, sobre a intervenção que criamos e expomos. Sobre o amor e o bem comum que acreditamos.
Coloquem suas equipes de redução de danos dentro das boates e casas de show da classe média conhecida como cheiradora de pó e bebedora de wisk importado.
Não somos criminosos!!!!!! Somos poetas, somos artistas, somos músicos!! Somos desenhistas ilustradores e criadores de um mundo melhor, de um mundo que precisa ser reconhecido e respeitado em sua diversidade, pluralidade, plasticidade, igualdade, equidade.
Não precisamos do Estado para sorrir e fazer sorrir, os nossos!
Tirem seu sorriso sarcástico do caminho que nós vamos passar com o nosso amor!
A periferia gritou e o Estado se assustou!

Argentina Castro – Sarau do Papoco (PICI)

segue link da proposta de censura e criminalização dos Saraus

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