Abaixo-Assinado (#40642):

Nota de repúdio à manifestação do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) datada de 6 de abril de 2018

Destinatário: cfess@cfess.org.br

O grupo democrático legítimo intitulado “Movimento pelo fim do Serviço Social como Instrumento Partidário”, composto por Assistentes Sociais e Estudantes de Serviço Social das diversas regiões do país, vem a público expressar o repúdio a nota emitida pelo Conselho Federal de Serviço Social - CFESS, publicada no dia 06/04/2018, a qual não foi discutida com o universo plural da categoria, conclamando os assistentes sociais a repudiarem a prisão do ex-presidente Lula, conforme trechos em destaque:

“[...] A prisão do ex-presidente não deve ser repudiada por ser o Lula, ou por não permitir que ele participe das próximas eleições presidenciais de 2018, inclusive esta ainda uma incógnita na trama atual. Devemos repudiar sim, por ser um ataque de setores das classes dominantes desse país aos projetos democráticos, progressistas e revolucionários da classe trabalhadora. Essa prisão tem um significado na luta de classes. Implica em macular e jogar para a esquerda brasileira a face da criminalidade e da derrota. Mesmo que esse não fosse o lugar que Lula e o projeto petista ocupassem há um bom tempo, mas é assim que é sentida essa prisão pela sociedade. [...]”

O CFESS destaca ainda:

“[...] Não é somente contra o “lulopetismo”, é contra as alternativas, é contra as possibilidades de se construir outra ordem societária. Enfim, é mais uma forma de avançar na destruição acelerada dos direitos sociais e democráticos no Brasil em processo nos últimos anos [...]”

O Conselho Federal de Serviço Social não pode ser utilizado como instrumento político partidário, determinando a linha ideológica de seus profissionais ou a escolha política dos mesmos, uma vez que isto fere a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no Artigo 5º, Inciso IV que diz "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato".

Entendemos o Conselho Federal de Serviço Social como um espaço que deve atuar no norteamento da prática profissional do Assistente Social, e da legalidade que dispõe a sua esfera técnica. Emitir “ordem ideo-política” não é papel de um Conselho de classe. Contudo, queremos expressar que se faz necessário a aplicabilidade de um debate plural na profissão, respeitando os mais diversos pontos de vistas dos Assistentes Sociais, sem orientação política ou partidária. Ressaltamos que estamos vigilantes para garantir o nosso direito de escolha política, independente daqueles que ocupam as cadeiras do CFESS.

Endossamos que apoiamos o papel da justiça deste país no combate à corrupção sistêmica em todas as classes, e que, independente da linha política partidária dos investigados, a justiça deverá ser aplicada.