Abaixo-Assinado (#41560):

Tarifas condizentes uber.

Destinatário: Uber.brasil@uber.com

Nós, parceiros motoristas da Uber de Belo horizonte e região, solicitamos por meio deste abaixo-assinado uma revisão das tarifas aplicadas às categorias em funcionamento no cidade.
Conforme amplamente divulgado pela Uber aos seus parceiros motoristas, a última redução aplicada de 15% em meados de Novembro proporcionaria um aumento ganho/hora aos parceiros. Na prática não temos observado essa melhoria. O que percebemos hoje é quase uma inviabilidade de operação. Como bem sabemos, os carros da categoria Black são de luxo, portanto, com manutenção muito cara. Há muitos carros caros em circulação pela categoria X.
Seja como for, estamos vivendo um momento de aumento inflacionário, em que tivemos um acúmulo de inflação em 2014 de 6,23%, em 2015 de 11,28% e em Janeiro e Fevereiro de 2016 na ordem de 1,51% e 0,95%, respectivamente (Fonte: IBGE-Tabela INPC). Dentro da cesta que compõe o índice medidor da inflação estão os combustíveis como um dos principais fatores do aumento inflacionário. Em Janeiro de 2014, a gasolina custava entre R$ 3,33 a R$ 3,80 e o álcool entre R$ 2.49 a R$ 2,89, hoje a gasolina está acima de R$ 4,89 e o álcool acima de R$ 3,00. Estamos, também, tendo um aumento no custo de vida, principalmente alimentos e aluguéis. As taxas de juros estão maiores e o dinheiro mais escasso. O preço de autopeças e mão de obra mais caros.
Temos alguns grupos organizados de parceiros da Uber e a insatisfação é em massa. Por necessidade, somos obrigados a reduzir os custos e estamos preocupados com a descaracterização dos serviços prestados à Uber.
A Uber entrou num país de terceiro mundo, país pobre, de pessoas que financiam seus bens e se esforçam para pagá-los. Muitos dos parceiros financiaram seus carros para atender aos padrões da empresa. Não há uma responsabilidade direta da Uber, mas há, claramente, uma dever no que diz à responsabilidade social do trabalho, tanto por empregadores, quanto por trabalhadores, conforme preconizada a CF de 1988. Sem contar que o termo parceria refere-se àquilo que é feito por interesses em comum. O lucro é um interesse em comum. A Uber inegavelmente tem crescido no Brasil. Os parceiros assumiram um risco por acreditar na proposta da empresa, ainda que não houvesse uma regulamentação do trabalho e sofremos muitas consequências em função dessa aposta.
Diante de todos esses argumentos e por continuarmos a apostar na proposta, na empresa, na sua responsabilidade com o valor social do trabalho e no respeito aos parceiros, pedimos a revisão por uma tarifa mais justa e que viabilize o trabalho, a revisão do sistema de avaliações (passageiros brasileiros não entendem o funcionamento e acham que só devem dar 5 para algo excepcional, como um chocolate ou refrigerante no carro e acreditam que 4 deva ser a nota padrão para o serviço), uma discussão transparente sobre demanda (o Black sofreu queda de demanda expressiva com a entrada do X, levando parceiros a ficar em torno de 2 horas sem corrida) e a reanálise da parceira como um todo.
Abaixo um exemplo de operação de um parceiro da categoria X:

Ganhos semanais motorista UberX: variação média de R$ 1.300,00 a R$ 1.500,00, podendo, em alguns casos e esporadicamente, chegar a R$ 1.700,00 (Com a ativação de muitos novos parceiros, os ganhos semanais tem diminuído gradativamente para todas as categorias). Até 50% mais barato que Taxi, por isso, precisa-se atuar em média de 12 horas em 6 dias da semana.
Custos fixos e variáveis – 12 horas e 26 dias de trabalho.
CUSTOS MENSAL
Seguro APP e Seguro Veículo R$315,375
Alimentação R$650,00
Café R$260,00
Água passageiros (copo 48 unidades) R$39,00
Balas R$12,00
Pacote de dados 3G/4G R$140,00
Óleo e filtros R$213,33
Lavagem completa e outra simples R$140,00
Combustível: R$2.600,00
IPVA:
DPVAT:
Mecânico:
Futuras batidas:
Futuras multas:
Financiamento:
Saúde motorista:
TOTAL: R$ 4.369,71
Obs: Não consta neste calculo o IPVA, DPVAT, futuras batidas, futuras multas, financiamento, saúde do motorista e ainda a manutenção básica do veículo, itens como: pastilhas de freios, discos de freio, coxins, pivô suspensão, amortecedores, limpeza de radiador, carga gás do ar condicionado, higienização, pneus, velas, alinhamento, balanceamento, cambagem, bateria, sitema de partida eletrônica. Muitos destes itens são trocados 2 vezes ao ano, (considerando 100.000km ou 4 vezes ao ano para os veículos compartilhados) como pneus, amortecedores, velas, pastilhas de freio, alinhamento, balanceamento.
Teremos um valor superior a R$6.000,00 com estes itens não calculados.
Quando as manutenções se tornarem frequentes, o valor líquido médio de uma semana de trabalho, R$ 1.400,00 * 4 - 4.359,71 = R$ 1240,29 (Média bruta recebida multiplicada por 4 semanas, menos os gastos acima) se tornará insuficiente e o motorista terá que dobrar a carga horária de trabalho (como dobrar, se já estamos atuando com 12 horas/dia?). Esses valores levam em consideração um veículo totalmente sem dívidas, porém muitos motoristas tiveram que trocar seus veículos quando havia regras e modelos específicos para ingressar na UBER e outros financiaram os veículos 100%, encurralados pela crise e oportunidade de trabalho escassa, assim sendo, temos financiamentos médios de R$ 30.000,00, com juros de 1,90% e prestações, para esse exemplo, de R$ 842,27 em 60 meses (os financiamentos do Black são maiores). Portanto, o valor de R$ 1240,29 - R$ 842,27 = R$ 398,02 (Lucro líquido menos a prestação do veículo financiado). Lembrem-se de que ainda não foi considerado nesses cálculos o valor de manutenção de itens básicos mencionado anteriormente.
Portanto, os valores praticados pela UBER são insuficientes para manter uma boa qualidade de serviço e uma condição de trabalho digna para o parceiro.

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