Abaixo-Assinado (#4220):

Campanha - Carta Aberta do Movimento Cineclubista Cearense

Destinatário: artivismoemrede@gmail.com

CARTA ABERTA DO MOVIMENTO CINECLUBISTA CEARENSE

AO GOVERNO DO ESTADO E AO FÓRUM DO AUDIOVISUAL CEARENSE


Fortaleza, 29 de abril de 2009.


Prezados senhores,

Saudamos aos participantes do Fórum do Audiovisual Cearense, ao mesmo tempo em que lançamos essa carta aberta com intuito de somar, de compartilhar e sugerirmos idéias que visam o fortalecimento do audiovisual em nosso Estado.

Fazemos parte de um grupo denominado "artivismo em rede" que reúne 09 cineclubes com forte atuação na capital e no Estado. Estamos nos organizando em rede exatamente por entender que somente com a cultura colaborativista, poderemos tratar da questão do audiovisual como uma teia. E sabemos que o papel dos exibidores ainda precisa ser melhor entendido e respeitado como sendo de fundamental importância na cadeia produtiva dessa linguagem.

Reunidos na Casa Brasil (unidade Vila União), Fortaleza, no dia 28 de abril de 2009, dentro de um calendário de encontros promovidos pela Vila das Artes que objetiva uma ampliação do Pontos de Corte que visa ações em rede, foram deliberadas algumas propostas de inclusão de demanda cineclubista ao novo Edital de Cinema Vídeo da SECULT, abaixo citadas:

1. Inclusão da modalidade Cineclube no edital do audiviosual do Estado. Sendo destinado 10% do montante para este fim.

Os termos e devidos encaminhamentos serão devidamente discutidos a posteriori, levando em conta os anseios e reivindicações do movimento cineclubista nacional.
A Motivação visa a concretização de uma ampla rede cineclubista, sustentável que em seu histórico atua como pólos de difusão da cultura cinematográfica, assim como de produção e exibição de suas próprias realizações, enfatizamos a proposta supracitada na tentativa de consolidarmos e ampliarmos circuitos de exibição alternativos, oficializando assim o papel de difusão cinematográfica no Estado. As reivindicações do movimento atual, pautadas no amadurecimento coletivo desses que se entendem enquanto organizações culturais autônomas, estão também em sintonia com a Campanha de Direitos do Público (vide "Carta de Tabor"), promovido pela Federação Internacional de Cineclubes (FICC), organização de defesa e desenvolvimento do cinema como meio cultural, presente em 75 países.

A luta pela garantia de dar à população acesso às obras cinematográficas, deve, assim, ser entendida como a mesma luta dos realizadores locais, que querem também garantir que seus filmes sejam vistos, tanto para os próprios cearenses, quanto para os que residem em outros Estados, ou outros países. A luta do movimento cineclubista, assim, é por uma cadeia /teia produtiva solidária, que no campo audiovisual permita aos cineclubes a oficialização de garantias mínimas de difusão das obras cinematográficas do Estado, gerando assim uma estrutura de economia solidária capaz de garantir a criação e a manuntenção dos cineclubes. A consciência das ações em rede é também uma garantia de processo contínuo de resgate da memória atual do nosso cinema, seja atual ou a pretérita, entendidas como patrimônio cearense.

Tendo o entendimento de que a inclusão do cineclube no edital é de fundamental importância para a consolidação de parte dos nossos anseios, mas não ainda o suficiente é que, em deliberação coletiva do movimento artivismo em rede cineclubista, tornamos pública as reivindicações que tornam sustentável o movimento cineclubista:

1. Implementação de políticas públicas de fomento e fortalecimento da atividade cineclubista no Estado do Ceará;

2. Criação de publicações referentes ao movimento cineclubista, como artigos, críticas e material impresso de divulgação coletiva das programações;

3. Estruturação de uma rede solidária entre os cineclubes cearenses e realizadores de audiovisual, que garanta o fortalecimento e a criação de novos cineclubes distribuídos em todo Estado, dentro uma política de economia solidária embutida em uma estrutura de formação, pesquisa, produção, exibição, distribuição e preservação da cultura audiovisual;

4. Criação de um Circuito de Filmes Cearenses, em toda a rede de cineclubes, estadual, inter-estadual e internacional, em parcerias diretas com entidades da classe audiovisual cearense, promovendo uma integração econômica entre cineclubistas e realizadores.

5. Entendimento de que os exibidores são fundamentais pra a divulgação das obras tornado-as conhecidas e que o investimento na difusão cineclubista é investimento na economia local e que estes estão inseridos no contexto do sistema produtivo.

6. Criação de Acervo de produções do audiovisual cearense no MIS - Museu de Imagem e Som, que deve sempre promover o intercâmbio desse material aos cineclubes integrados na rede solidária cineclubista a partir de regulamentação a ser acordada em momentos posteriori;

7. Apoio integral e solidário à Campanha Pelos Direitos do Público, promovidos pelo CNC - Conselho Nacional de Cineclubes, e a outras iniciativas de amplitude nacional, como o Fórum Nacional de Direito Autoral, entendidos como peças chaves para o desenvolvimento do cineclubismo no Estado.

8. Apoio logístico aos cineclubes cearenses, no que tange a participação desses nas Jornadas Nacionais de Cineclubes Brasileiros.

9. Que os editais possam enteder a complexidade cineclubista como um movimento que não necessariamente está vinculado com alguma entidade com corpo jurídico consolidado (inclusão da participação de pessoas físicas em editais cineclubistas)

10. Incluir no calendário cultural anual do Estado pelo menos uma atividade cineclubista.

A carta aberta do Artivismo em rede, movimento cineclubista que cria corpo no Ceará, está aberta para novas adesões e construção de novas propostas, e tão logo redigirmos uma demanda mais específica ao edital, encaminharemos as deliberações ao Fórum de Audiovisual Cearense, e à Secretaria de Cultura do Estado e a Secretaria de Cultura de Fortaleza.

Por fim, salientamos que o teor dessa carta deva ser entendido como uma contribuição à formação de um sistema produtivo justo e que todos os elementos sejam contemplados na cadeia produtiva do audiovisual. Estamos para somar, para afirmar que estamos dispostos à disseminação de conceitos como a cultura colaborativa e com a clara convicção de reunir ações e pensamentos em rede.


Cordialmente,



Representantes e apoiadores do Movimento Cineclubista Cearense.

1 - Cine Sobremesa (Fortaleza/CE)
2 - Cine Paramotoquinha (Fortaleza/CE)
3 - Cine Cururu (Fortaleza/CE)
4 - Intervenções Humanas (Fortaleza/CE)
5 – Subvercine (Fortaleza/CE)
6 - Cine lagoa (Fortaleza/CE)
7 - Cineclube Casa Amarela (Fortaleza/CE)
8 - Cine Brincadeiras (Fortaleza/CE)
9 - Ceará em foco: Antenas e Raízes (Fortaleza/CE)
10 - Casa Brasil – Ceará
11 – Suplente de diretoria Regional do Conselho Nacional de Cineclubes - Nordeste 3 (CE, MA, PI e RN)
12 – Difusão Atibaia (Atibaia, SP)
13 - Festival Nóia (Fortaleza/CE)
14 - Cineclube ACARTES (Fortaleza/CE)
15 - CONCINE (Fortaleza/CE)
16 - Cineclube Farol – Aldeia (Fortaleza/CE)

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