Abaixo-Assinado (#48427):

Divisão dos Grupos de Internato

Destinatário: Diretoria da Faculdade de Medicina, Pró Reitoria de Graduação e Reitoria da Pontifícia Universidade Católica de Campinas

À direção da Faculdade de Medicina, à Pró Reitoria de Graduação e à Reitoria da Pontifícia Universidade Católica de Campinas,

No último dia 18/11/2019, recebemos, da secretaria da Faculdade de Medicina, a nova modulação dos grupos de internato para o ano de 2020. Nela, são orientadas as seguintes divisões:
9º período: 04 grupões de 15-16 alunos, subdivididos em 06 grupos de 05 a 06 alunos e 16 grupinhos de 03 a 04 alunos
10º período: 04 grupões de 21-22 alunos, subdivididos em 09 grupinhos de 06-07 alunos
11º período: 03 grupões de 19 a 20 alunos, subdivididos em 09 grupinhos de 06 a 07 alunos e 15 grupinhos de 03 a 04 alunos;
12º período: 03 grupões de 21 alunos, subdivididos em 09 grupinhos de 07 e 12 grupinhos de 5 a 6 alunos.
Ao analisarmos tais modulações, surgiram alguns questionamentos, que acreditamos que devam ser discutidos em conjunto entre nós, alunos (os maiores interessados em um internato de qualidade), e os senhores, responsáveis pela organização e cuidado para com a nossa qualidade de ensino e dos estágios.
As divisões propostas fazem com que, a cada rodízio hajam muitos alunos em um mesmo grupinho (exemplificamos: no 100 período, passamos por estágios em Centro Cirúrgico, UPA’s e SAMU. Não é viável e nem proveitoso termos 07 alunos juntos nessas situações. Certamente o ensino e a prática serão deteriorados).
Entendemos que o internato é o ciclo mais importante da nossa formação: é o momento em que nossa curva de aprendizado ascende consideravelmente, e nos parece inviável e precarizado termos tantos alunos em um mesmo grupo, passando concomitantemente pelos mesmos lugares. Sabemos, também, que nossos ambulatórios, UPA’s e UBS’s não têm infraestrutura para receberem tantos discentes, e isso nos faz chegar ao extremo de termos alunos ociosos ou atendendo em grupos, para que não fiquem muito tempo esperando uma sala disponível.
Além disso, o atendimento fica lentificado e, por vezes, para tentar diminuir o tempo de espera, temos que pedir que pacientes que já foram atendidos aguardem do lado de fora do consultório para que possamos discutir os casos; uma atitude que, apesar de eficiente em termos de manejo de tempo, é uma quebra de vínculo e um desrespeito com o indivíduo que por tanto tempo esperou para ter sua consulta no nosso serviço.
É evidente que, próximos do fim da nossa graduação, precisamos aprender a atender sozinhos e a lidar com as demandas do paciente, garantindo que todas elas sejam acolhidas e atendidas da melhor maneira possível. Fazer isso em mais de uma pessoa tira completamente a autonomia que precisamos (e devemos) ter nesse período.
No ano de 2019, a turma 52 (atual 9o período) passou por reformulações na divisão de grupos poucos dias antes do início das aulas, passando a ter modulações de até 08 pessoas em alguns estágios: a experiência, garantimos, não foi proveitosa. Professores - que nem ao menos sabiam da reformulação - reclamaram diversas vezes do grande número de alunos (desproporcional ao número de salas disponíveis, e também ao número de pacientes agendados), Pacientes que estavam agendados seguindo as grades oficiais ficaram sem atendimento pois não haviam alunos para realizar o atendimento. Também, os docentes, além de terem tido uma redução salarial (sem aviso prévio, segundo eles mesmos), tiveram que atender, sozinhos, aqueles que estavam agendados - em uma tentativa de garantir que a população não perdesse assistência que lhe é direito.
Além disso, entendemos que nossos estágios são indispensáveis para a garantia do tripé ensino-extensão-pesquisa: a população dependente do Hospital da PUC-Campinas e das unidades básicas em que passamos ficará desassistida quando não houver alunos para realizar os atendimentos. Isso já aconteceu no ano de 2019, quando passamos a ter 03 turmas para Atenção à Saúde da Família, no 9o período, fazendo com que uma das Unidades Básicas esteja sempre sem turma - e, portanto, sem atendimento -, e o que vemos agora são pacientes desamparados, visitas domiciliares atrasadas e consultas encavaladas, na tentativa de suprir a falta dos discentes durante 01 mês. A nós, por vezes pode parecer irrisório, mas para a população que depende unicamente da Unidade Básica de Saúde (já que agora nosso Hospital é referenciado, e não mais atende queixas básicas), é um lapso temporal muito grande e determinante para o desfecho de saúde.
Isso posto, pedimos que os senhores esclareçam como é feita a modulação dos grupos de internato (que está diferente para o 10o período de 2019.2 e de 2020.1, por exemplo, sendo que as salas têm o mesmo número de alunos) e repensem essa divisão levando em conta que a precarização do ensino é prejudicial não somente a nós, alunos, mas também à Pontifícia Universidade Católica de Campinas. É nosso direito, enquanto acadêmicos, uma formação de qualidade - e é dever da Universidade garantir isso.

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