Abaixo-Assinado (#48536):

Carta de repúdio ao panfleto intitulado “Sobre as ‘eleições’ para Diretor-Geral no IFRN Cidade Alta” de autoria do grupo nomeado Coletivo Estudantes do Povo

Destinatário: Comunidade do Campus IFRN Natal Cidade Alta

No dia de ontem, 2 de dezembro de 2019, aconteceu, no prédio das Rocas, o segundo e último debate entre candidatos para a diretoria geral do campus do IFRN Natal Cidade Alta.

Pouco antes do início das atividades, foi distribuído um material impresso em forma de panfleto, pretensamente elaborado para representar a opinião de estudantes do campus Natal Cidade Alta, revestido de uma capa democrática.

O panfleto, no entanto, distorce informações contidas no plano de ação da candidata à diretoria geral Mary Land Brito de forma velada, com o objetivo de levantar dúvidas sobre seu comprometimento com as liberdades individuais e coletivas, e promovendo o medo disfarçado de bandeira de luta estudantil.

O tom panfletário do material atende a interesses claros de atacar a integridade das propostas do coletivo campus vivo, e contraria os princípios democráticos, já que em momento algum atende à verdade, ‘defendendo’ a democracia com um discurso monocrático, dirigido somente à candidata Mary Land Brito.

Propomos a seguir a desconstrução do artifício em forma de texto, esclarecendo os pontos utilizados para tentar desestabilizar a candidatura de Mary Land Brito, pautada desde o princípio pela participação de estudantes na formulação de propostas. Vejamos:

Em relação a questões orçamentárias:

Ponto 1
❌ Não faz parte do plano de ação nem do discurso e intenções da candidata e do coletivo por ela representado o financiamento de atividades estudantis por meio de empresas privadas, como pretende insinuar o panfleto:
“soluções para garantir uma gorda receita em “tempos de vacas magras”: Buscar por “meios externos”, se referindo a empresas privadas, para conseguir financiar a assistência estudantil”

✅ Presente no plano de ação da candidata está a seguinte proposta:
“Fortalecer a prática profissional do estudante enquanto procedimento didático-pedagógico com: Captação de oportunidades de estágios e jovem aprendiz, por meio da articulação junto a empresas privadas e às entidades representativas, como as secretarias estaduais e municipais, associações e outras entidades relacionadas aos eixos tecnológicos do campus”.
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Ponto 2
❌ Não se pretende:
“ceder espaço do campus (salas de aula) para ser utilizados por cursinhos”.

✅ O que se pretende construir é o:
“Fomento à oferta de cursos de idiomas por meio de parcerias e/ou convênios com entidades públicas e privadas.”, a exemplo do que acontece no IFRN Campus Natal Central através da Funcern.

✅ O plano de ação da candidata ainda cita a oferta de cursinho preparatório na seguinte proposta:
“Ampliar o acesso dos moradores do bairro das Rocas nos cursos técnicos subsequentes e integrados do IFRN, por meio de ações como a promoção de visitas das escolas ao campus (para apresentar a estrutura, os cursos e o processo seletivo), bem como a oferta de cursinho preparatório para o exame de seleção, por meio de parcerias com estudantes de licenciatura e docentes internos e externos”
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Ponto 3
❌ Não há nada que indique:
“promover ‘oportunidade’ para os estudantes terem prática profissional e, assim, arrecadar fundos.”

✅ Como já citado no ponto 1, a busca por vagas de prática profissional visa a ocupação de postos de trabalho de acordo com a qualificação de estudantes, com vistas à permanência e êxito no seu percurso profissional.
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Ponto 4
❌ O plano de ação não dá margem à interpretação de que haverá:
“proposta de contratar uma empresa privada de consultoria para inserir os estudantes no “mercado de trabalho”.

✅ Como estratégia para confundir a comunidade acadêmica, principalmente estudantes, houve a distorção da seguinte proposta originalmente dirigida à categoria de servidores:
“Contratar consultoria para levantamento de clima organizacional, análise das condições de trabalho e de competências, a fim de subsidiar políticas para os servidores;”
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Ponto 5
❌ O texto do panfleto tenta, ainda, induzir as pessoas a um questionamento sem base real:
“Afinal, quem, com essas medidas, estará financiando o funcionamento da escola?”

O financiamento do ensino público é dever do Estado. A proposta do Future-se, de autoria do Governo Federal, contraria uma garantia constitucional. Afirmar que uma professora como Mary Land Brito, de trajetória de ampla defesa da democracia, tenha a intenção de implantar uma medida de desmonte da educação pública é irresponsável e leviano.

Em relação a questões de segurança:

Ponto 6:
❌ Com a supressão de algumas palavras, o texto do panfleto sugestiona leitores a tirar conclusões que não são condizentes com o texto original do plano de ação:
“[...] a criação de barreiras físicas, a criação de um controle de entrada e saída. Com as mais desvirtuadas e soltas justificativas, que sequer seriam solucionadas com esse aumento da vigilância.”

✅ O ponto sobre segurança descrito a seguir propõe soluções como o uso de catracas e de adesivos para veículos de servidores, já implantados no IFRN Campus Natal Central, entre outros campi, como pode ser observado nas expressões projeto e sistema conforme o texto original do plano de ação:
“Elaborar projeto para implantação de um sistema de controle de acesso de pessoas e veículos ao campus”

Essas medidas foram pensadas para combater situações que ocorreram dentro do campus, tais como intimidação a mulheres que sofriam violência doméstica, e roubo da arma de um segurança no prédio da Rio Branco, portanto são claramente justificáveis.
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Ponto 7:
❌ Prejudicar o Movimento Estudantil não têm fundamento algum nas propostas do coletivo campus vivo, como tenta sugerir o texto do panfleto:
“Ponha a conjuntura de profunda escalada da repressão e perseguição contra o povo que luta (e sabemos da necessidade e justeza dessas lutas) como o uso da Garantia da Lei e da Ordem (Intervenção Militar) no Norte do país. Além da intenção do Governo Federal se sufocar os Movimento Estudantil para aplicar suas medidas contra o Ensino Público. Temos, então, uma proposta verdadeiramente perigosa.”

✅ O que o plano de ação apresenta:
“Incentivar a organização política do movimento estudantil fortalecendo o Grêmio, os representantes de turmas e fomentando a reativação dos Centros Acadêmicos, bem como sensibilizar a participação dos estudantes nos espaços de discussão sobre as decisões do campus, por meio da representatividade em comissões, conselhos, reuniões de planejamento, colegiados etc.”

A própria construção do plano de ação foi fruto da articulação de estudantes.
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Ponto 8:
❌ Ainda segundo o panfleto, há uma associação equivocada das propostas do coletivo campus vivo, cuja representante é Mary Land, à repressão da comunidade acadêmica:
“Isso se agrava com a intenção de “diálogo” e de “promover ações em conjunto” com os “órgãos públicos de segurança” (a saber, a Polícia). Os mesmos órgãos que promovem diariamente atos de terrorismo e assassinatos contra o povo. Eles, evidentemente, não virão para nos ajudar, muito menos “proporcionar maior segurança”. Basta abrir o noticiário para compreender a intenção deles e a quem eles servem.
Essa vigilância e política policialesca só serve aos interesses das forças reacionárias, só serve para inibir e combater a luta dos estudantes e professores, que é a única saída que temos para garantir o IFRN Público e Gratuito. Só serve para nos isolar da comunidade que vive nos entornos do nosso campus. Expressamos nossa preocupação e rechaçamos veementemente.”

✅ Na verdade, não há qualquer indício de tal insinuação no plano de ação da candidata Mary Land. O que é apresentado está claramente direcionado ao entorno do campus, e de forma alguma compactua ou defende a repressão às liberdades individuais e coletivas, mas se refere à garantia da integridade física de estudantes e servidores no percurso até os prédios do campus Natal Cidade Alta, como se pode observar também na vinculação da questão do transporte à segurança:
“Desenvolver ações, junto aos órgãos públicos de segurança e de mobilidade urbana, visando melhorar a infraestrutura de transporte e de segurança no entorno dos prédios do campus”.
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Por fim, nós estudantes declaramos que a busca pela defesa de melhores condições para o nosso desenvolvimento estudantil, pessoal e profissional é legítima, mas deve ser exercida com responsabilidade.

As eleições para escolher alguém que nos represente na diretoria geral acontecem de quatro em quatro anos, no entanto nossas ações acompanham nossa trajetória para além do ambiente acadêmico e do período estudantil.

Ao contrário do panfleto, estudantes e servidores que se sentem representados pelos esclarecimentos expressos nesta carta de repúdio assinarão espontaneamente, na defesa de um pleito respeitoso e democrático.

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