Abaixo-Assinado (#53659):

Manifesto Contra o Retorno às aulas presenciais em 01/06/2021 no Município de Taboão da Serra

Destinatário: saionaradeodato@yahoo.com.br

Manifesto em defesa da saúde e do direto a educação, daqueles sem vez ou voz, mas que reconhecidamente são o elo mais frágil na pandemia da Covid-19: as CRIANÇAS.

Nós, pais e responsáveis dos alunos matriculados na turma do 1°C, sob regência do professor Guilherme Martins Cavallo, na EMEF Cecília Meireles, viemos por meio desse manifesto, solicitar uma revisão quanto ao método de ensino ofertado aos alunos, a manutenção e ampliação do atendimento online e a paralisação das aulas presenciais nesse período de retomada, prevista para 01 de junho de 2021.
Semanas atrás, sem riqueza de detalhes, respondemos uma pesquisa onde era solicitado o informe sobre a retomada das crianças as aulas presenciais.
Cientes da importância do convívio escolar e tomados por necessidades familiares das mais diversas, muitos de nós, optou pela retomada de forma parcial e escalonada.
Porém, no último dia 22 de Maio, durante a reunião de pais com o grupo gestor da Escola, descobrimos que optar pelo retorno de uma minoria, prejudicaria todo o restante da turma, uma vez que o retorno significa o fim do atendimento online via Meet, realizado somente pelo Prof. Guilherme. E seria então, convertido para plantão de dúvidas e realização das atividades das apostilas.

Sentimos a crueldade em ter no nosso peito, a responsabilidade dessa escolha e de suas consequências.
Reconhecemos o empenho do professor Guilherme no ofício de ensinar, seu esforço em driblar as adversidades diárias e manter o interesse e comprometimento da turma e de suas famílias, na realização das atividades propostas.
Assim como notamos o interesse e o progresso das crianças, mesmo num cenário precário e longe do esperado.
Mas vemos com clareza o tamanho do abismo que se abre sob nossos pés.
Enquanto as escolares particulares estão em sistemas de aula, presenciais ou híbridos, desde setembro, a nós resta aquela sensação de abandono que a gente só percebe quando faz parte. E sabemos o peso disso no futuro. Assim, nos questionamos sobre o motivo de o município ofertar tão pouco as nossas crianças.
Estamos tratando aqui, de crianças no primeiro ano do ensino fundamental, onde a alfabetização é a prioridade.
Mas as apostilas entregues não foram criadas com foco na alfabetização ou nas operações matemáticas. São um material de apoio, mas não desenvolvem senso crítico, além de terem atividades complexas para a resolução sem contexto, auxílio e debate com os professores.
Mais de ano atrás, paralisamos as aulas sem saber o que esperar, com uma fagulha de esperança de que o nosso chefe de estado, fosse minimamente capaz de conduzir o Brasil a saída desse buraco. Ninguém poderia imaginar, que estaríamos num cenário tão caótico e a deriva como estamos hoje.
Eram 15 dias. Depois 2 meses. Depois... nenhuma previsão.
E se não houve no município um único dia com previsão de retorno das escolas públicas, como aceitar que outro ano siga tão insuficiente quanto o anterior?
Serão 2 anos perdidos? Ou mais?
Como não se indignar com aqueles que eleitos sob o discurso de “trazer a mudança para Taboão”, mantenham a mesma oferta da gestão anterior?
Com tanta expertise - divulgada aos quatro ventos nas eleições, e aclamada na nomeação dos secretários – ninguém lembrou ou projetou a ausência que a escola e o contato com os educadores podem trazer?
Todos nós, um dia estivemos na posição dessas crianças.
As famílias, por maior que seja o esforço, jamais conseguirão dar a essas crianças o que o convívio escolar dá.

Ninguém lhes devolverá o que está perdido.
O desenvolvimento cognitivo, o pluralismo de ideias, a valorização das diferenças, o respeito a diversidade e a tolerância.
Tampouco as amizades, as lembranças, o carinho entre professores e profissionais?
Quem de nós, não tem lembranças daqueles momentos tão especiais vividos dentro dos muros de uma escola?

Quando o ano letivo se inicia, novos desejos de mudança afloram em nossos corações. Aquele banho de esperança inunda nossos lares. Os professores que passam pelo caminho, passam a ser parte das histórias de cada uma das famílias.
Uma pena que a oferta atual não nos favoreça, porque oferece pouquíssimo vinculo, contato pessoal e convívio com os pares.
Mas oferece algo que hoje é essencial: segurança sanitária.
Por isso, nesse momento, ignorando nossas crenças, necessidades e escolhas pessoais, estamos em busca do benefício coletivo dessa turma.
Optamos por solicitar que seja mantido o formato e melhorado o atendimento online, enquanto os números da pandemia não se mostrarem controlados, e a vacina não for estendida aos profissionais da educação e as escolas não estejam adaptadas as mudanças físicas necessárias.
O cenário atual é:
Atendimento online de 4h/aula semanais com o professor regente.
Envio de atividades no Classroom, e o dito: plantão de duvidas via Classroom uma vez por semana com os professores especialistas.

Quando em condições normais, os alunos teriam em torno 25h/aula semanais (com o regente e os especialistas).

Nossa sugestão é:

1 - Aumento do atendimento online do professor regente, que hoje é 4h semanais, para 8h ou 10h semanais, no mínimo. Mantendo o foco na alfabetização, e se necessário fazendo uso das apostilas de apoio.
2 - Inicio do atendimento online por parte dos professores especialistas para desenvimento das atividades, por no mínimo 2h semanais.

Num cenário de retorno imprescindível das aulas presenciais, então que as escolas fossem adaptadas com computador, microfone e internet, para que todos estivessem na mesma condição de ensino e recebessem a mesma aula simultaneamente, como acontece nas escolas particulares. E que o material fosse disponibilizado em plataforma para acesso em outro momento.

Cientes do quão complexo é esse momento, desejamos que as escolas passem a ser vistas como unidades individuais e com necessidades particulares.
Sabemos do papel social que a escola tem para além dos muros, mas não podemos aceitar que as mesmas regras se apliquem a necessidades tão diversas como acontece hoje.

Diante do exposto, clamamos por atenção, solicitando que o Exmo. Sr. Prefeito Aprígio da Silva, e Ilmo. Secretária de Educação Sra. Dirce Takano, revejam o plano de retomada. E nos colocamos a disposição para planejar de forma democrática e plural, uma maneira de atender as necessidades de todos os alunos da rede.

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