Abaixo-Assinado (#53904):

Carta Aberta - Práticas do 1ºano

Destinatário: Coordenação de Medicina e do 1º ano do curso

Nós, da turma 07, viemos por meio desta carta aberta e coletiva trazer à tona a nossa preocupação em relação a maneira pela qual nosso ensino está sendo organizado. Entendemos a situação delicada pela qual estamos passando, o que inclui discentes, docentes e funcionários, contudo, conseguimos perceber maneiras de manter a segurança individual e coletiva, visto que os demais anos estão participando de mais encontros presenciais para treinar as habilidades, que são tão importantes para a construção do conhecimento médico. Assim, nos sentimos prejudicados com a baixíssima quantidade de aulas práticas presenciais destinadas à nossa turma.
Desde o segundo módulo do primeiro período (Processo de Cuidar), estamos à espera de práticas presenciais para adquirir habilidades em curativos, sinais vitais e aplicação de fármacos por vias parenterais, entretanto, fomos surpreendidos com apenas a aula de sinais vitais programada para acontecer neste semestre, mas sem nenhuma data ainda prevista, mesmo com várias segundas e quintas-feiras livres para organizar as nossas práticas presenciais. Nem ao menos sabemos se realmente haverá essa reposição a curto ou longo prazo, de modo a prejudicar a nossa formação e nossos estágios, visto que são habilidades frequentemente requisitadas nas Unidades Básicas de Saúde e poderíamos auxiliar na assistência dentro dos espaços que nos acolhem tão bem. Ao invés disso, nós nos vemos despreparados em um campo que necessita de conhecimentos práticos prévios, e também limitados no nosso papel de estudante dentro das unidades, uma vez que não podemos colocar nenhum paciente em risco com habilidades não praticadas e bem orientadas pelos nossos professores da universidade.
Além disso, sentimos que não há transparência quanto à organização dos planos de ensino, uma vez que constantemente, como aconteceu no atual módulo de O Ser Humano 2, aulas práticas de habilidades são programadas e em seguida são convertidas em encontros remotos sem nenhuma justificativa para os alunos, nos deixando sem informações concretas quanto à continuidade e qualidade do nosso aprendizado. Desse modo, nos resta as opções de aprender sozinhos, independente da universidade, ou esperar a reposição de aulas que não sabemos se realmente serão efetivadas, já que a quantidade de perda que tivemos durante todo o primeiro semestre foi imensa, e maior ainda a que teremos durante o segundo semestre, se nada for feito a respeito. Basta contar a quantidade de reposições práticas que deveríamos ter e chegar à conclusão de que não é viável encaixar tantos horários dentro dos próximos semestres. Por esse motivo, acreditamos que mais perdas serão ainda mais desastrosas. Dentro dessa mesma pauta, no módulo O Ser Humano 1, por exemplo, tivemos aula sobre punção venosa de forma teórica, a qual não tem nenhum valor quando separada da prática, que em condições normais e com um pouco de organização deveria ter ocorrido.
Entramos em uma faculdade que é referência em inserir seus estudantes desde o começo do curso nos campos de estágio, bem como em antecipar habilidades para os primeiros anos, de modo que cheguemos às unidades básicas preparados para muitas situações. Contudo, nos deparamos com outra realidade, a qual nos aflige e nos faz pensar em que tipo de estudantes somos e seremos. Sentimos que a nossa atuação no PIESC está limitada e defasada, e nos preocupamos com a reposição dessas habilidades, que já estão sendo requisitadas nos nossos campos de estágio, além de serem necessárias para a união do conhecimento teórico e prático, que se diz tão valorizado na nossa universidade.
Além disso, nos preocupamos sobre qual profissional o Núcleo de Ciências da Vida da Universidade Federal de Pernambuco irá lançar no mercado de trabalho. Já tivemos que aceitar ter nossos períodos suprimidos para encaixar na grade anual e agora precisamos lidar com uma formação de ciclo básico com poucas aulas práticas para ampliar e compor o nosso conhecimento. Dessa forma, esperamos que a Coordenação do NCV possa nos dar uma resposta para tal situação, expondo seus pontos de vista ao esclarecer o motivo de estarmos tendo aulas quase que exclusivamente remota, sendo que estamos tendo bem menos aulas presenciais em relação aos outros anos. Além disso, é importante que a coordenação deixe clara a sua posição em relação ao que se pretende ser feito para reverter esse quadro negativo pelo qual estamos passando. É tão importante para o NCV formar médicos preparados quanto é para nós, como estudantes, ter um apoio do curso para desenvolvermos essa capacidade clínica.

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