Abaixo-Assinado (#53942):

Parem de nós matar! JUSTIÇA POR ROBERTA NASCIMENTO!

Destinatário: Público

É necessário entender o quão conivente a sociedade em que vivemos foi para que Roberta chegasse a ter 40% do seu corpo queimado. Em 2020, foram assassinadas 175 pessoas transexuais no Brasil. O levantamento foi divulgado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). O número representa um aumento de 29% em relação às 124 mortes registradas em 2019.Vivemos numa sociedade que ainda é racista, misógina, LGBTfóbica e que enxerga corpos trans e travestis como não dignos. Se não podemos ter dignidade, o que nos resta? A marginalização, o desemprego, que segundo o IBGE apresenta uma taxa de 13,5% em 2020 e é a maior desde 2012, e a vida noturna, que coloca a vida dessas mulheres ainda mais em situação de risco.
A expectativa de vida das travestis e das mulheres trans é de 35 anos. A média nacional, segundo dados do IBGE é de 75,5 anos. No mercado de trabalho não há vagas, nas escolas não têm acolhimento, tem evasão. Segundo pesquisa feita pela Andifes, somente 0,3% de estudantes matriculados em universidades federais no Brasil são pessoas transsexuais. Sabemos também que as políticas públicas são praticamente inexistentes quando o assunto é sobre a vida das pessoas transsexuais. Atear fogo em Roberta foi um crime de ódio, mas isso está longe de ser realmente a raiz do problema. Esse crime perverso foi mais um resultado da cultura de extermínio dos corpos travestis e transsexuais que a nossa sociedade alimenta e que o poder público se movimenta vagarosamente para combatê-la.
Não buscamos o motivo para que um adolescente, também marginalizado, tenha ateado fogo nela, pois esse não foi apenas um caso isolado. Roberta poderia ter sido uma de nossas camaradas e companheiras de luta. É necessário refletir sobre o fato de nossas camaradas mulheres transsexuais estarem em casa dormindo e ela, travesti, assim como muitas outras mulheres, estava vivendo nas ruas, tendo seu corpo ateado em chamas. Noticiar essas mortes não é o suficiente. O sistema capitalista que se baseia no patriarcado é o maior responsável pela ação ameaçadora contra a vida das mulheres.
A União da Juventude Socialista em Pernambuco apresenta ao prefeito da cidade do Recife, João Campos, este abaixo assinado, que pede a construção de casas de abrigo e acolhida para pessoas transsexuais e travestis que se encontram em situação de rua e vulnerabilidade social. Cidades como São Paulo já contam com essa iniciativa, com duas casas que custam R$ 123,4 mil por mês ao município. O dinheiro é repassado para a Coordenação Regional das Obras de Promoção Humana (CROPH), uma Organização da Sociedade Civil (OSC) responsável pela gestão dos lares. A verba é usada para a manutenção do espaço, pagamento dos funcionários e gastos mensais, como cursos e contas de água e luz, segundo informações do Estadão.

Queremos mais do que notas, denúncia e indignação pública. POLÍTICAS PÚBLICAS JÁ! CASAS ABRIGO PARA MULHERES TRANSSEXUAIS E TRAVESTIS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIOECONÔMICA JÁ!

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