Abaixo-Assinado (#55235):

Abaixo-Assinado contra Poluição Sonora

Destinatário: Ministério Público do Estado de Roraima

ABAIXO-ASSINADO

À Vossa Excelência, Ministério Público do Município de Boa Vista/RR; demais autoridades desta comarca ou à quem possa interessar

Os brasileiros, moradores, residentes e domiciliados das ruas, Rua Alemanha, Rua Hungria, Rua Suíça e Rua Uruguai, localizada no Bairro Cauamé, na cidade de Boa Vista, Estado de Roraima - RR, vêm respeitosamente à presença da Vossa Excelência manifestar nosso repúdio e solicitar medidas cabíveis em observância da Resolução CONSEMMA nº 2 de 31/08/2010, que reconhece a extrema potencialidade lesiva ambiental da realização de eventos festivos de quaisquer natureza nas margens dos cursos d'águas (igarapés, rios e lagos), naturais ou artificiais, e nascentes do município de Boa Vista/RR e inviabilizar regularização ambiental e disciplina as emissões sonoras, assim como o artigo 225° da Nossa Constituição Federal, o artigo 42° da Lei n° 3688/41, Lei de Contravenções penais - LCP e o artigo n° 54 da Lei 9605/98, Lei de Crimes Ambientais – LCA, a fim de sanar com a prática perturbadora, demasiada e excessiva de poluição sonora e abuso ao sossego alheio praticado pelo estabelecimento comercial Bar Salomé, localizado na área externa do shopping Pátio Roraima Shopping, situado na Rua João Alencar, 2181, Bairro Cauamé, o qual fica extremamente próximo à área de preservação ambiental, provocando danos imensuráveis à saúde pública, à fauna e flora daquela área. Que há muitos meses assolam os moradores e demais pessoas deste bairro, perturbando a paz e o sossego em seu entorno. O Bar Salomé, promove shows com bandas ao vivo todas as noites, de domingo à domingo. Tal problema se intensifica ainda mais a partir de toda quinta-feira, sem qualquer controle de som e acústica necessária a preservar o sossego alheio. Sem respeitar os limites de horário e limites de decibéis legais. Produzindo um volume excessivo, ensurdecedor e por demais incomodo à todos os moradores das casas circunvizinhas da região. E aos finais de semana eventualmente fazem shows durante o período da tarde, perturbando o sossego e privando os moradores do seu direito de paz e descanso em seus próprios lares. Os moradores e vizinhos vítimas desta prática ofensiva, já realizaram diversas denúncias para a Central 156 da Prefeitura de Boa Vista, denunciaram também para a CIPA - Companhia Independente de Policiamento Ambiental, mas suas denúncias não tiveram êxito, visto que o Bar Salomé continua a prática abusiva da perturbação da ordem e do sossego. Destaca-se que o sossego público é um bem jurídico e um bem totalmente relevante, o silêncio e o sossego é um direito do cidadão, e como a prática da boa vizinhança, baseados nos costumes morais foram ineficientes como medida cautelar a fim de acabar com esta prática ofensiva, pedimos apoio legal para garantir nossos direitos sociais e individuais como: a liberdade, o bem estar, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, como prediz o preâmbulo da nossa Carta Magna, a Constituição Federal Brasileira. Confiantes no exercício do poder legal, que tem por função primordial o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública do Estado, esperamos que nosso pleito seja deferido.



ANEXO:

Art. 1º - A emissão de sons e ruídos decorrentes de qualquer atividade desenvolvida no Município obedecerá aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidas pela Lei 747/2006 e ao quanto regulamentado por este Decreto, sem prejuízo da legislação Federal e Estadual aplicável.
Art. 2º - É proibido perturbar o sossego e o bem estar público, com sons e ruídos que causem incômodo de qualquer natureza e que ultrapassem os limites fixados por este Regulamento.
Art. 3º - Para efeito deste Regulamento, aplicam-se as seguintes definições:
I – SOM: vibração acústica capaz de provocar sensações auditivas.
II – RUÍDO: som capaz de causar perturbação ao sossego público ou efeitos psicológicos e fisiológicos negativos em seres humanos e animais.
III – POLUIÇÃO SONORA: emissão de som ou ruído que seja, direta ou indiretamente, ofensivo ou nocivo à saúde, à segurança e ao bem estar da coletividade ou transgrida as disposições fixadas neste Regulamento.
IV – ZONA SENSÍVEL À RUÍDO OU ZONA DE SILÊNCIO: é aquela que, para atingir seus propósitos, necessita que seja assegurado em seu âmbito, um silêncio excepcional. Define-se como zona de silêncio, a faixa determinada por um raio de 200,00 m (duzentos metros) de distância de hospitais, escolas, creches, bibliotecas públicas, clínicas, sanatórios, postos de saúde ou similares.
V – SERVIÇO DE CONSTRUÇÃO CIVIL: qualquer operação de escavação, construção, demolição, reforma ou alteração substancial de uma edificação, estrutura ou obras e as relacionadas a serviços públicos tais como energia elétrica, gás, telefone, água, esgoto e sistema viário.
VI – PERÍODO DIURNO: das 08:00 às 18:00.
VII – PERÍODO NOTURNO: das 18:00 às 07:59.
VIII – EQUIPAMENTO GERADOR DE SOM – a totalidade dos componentes do conjunto emissor de som e ruído, assim compreendido o veículo e todos os equipamentos nele acoplados.

ANEXO 2:

Constituição Federal, CF-1988

Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Lei 3688/41, Lei das Contravenções Penais — LCP:

Art. 42 – Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheio:
I – com gritaria ou algazarra;
II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais;
III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem guarda:
Pena – prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa.


Lei 9605/98, Lei de Crimes Ambientais – LCA:

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.


ANEXO 3
Resolução CONSEMMA nº 2 de 31/08/2010:

Art. 1º Fica proibido a realização de eventos festivos em área de preservação permanente do tipo comemorações, divulgação de sistema de som, "luais", "raves" e quaisquer outros correlatos que estimulem, direta ou indiretamente, a produção de ruídos acima dos limites permitidos pela legislação aplicável ou venham a produzir resíduos sólidos e/ou líquidos em desconformidade com os parâmetros normativos são consideradas atividades de extrema potencialidade lesiva a não admitir quaisquer formas de regularização ambiental, salvo residências e estabelecimentos comerciais que já estejam consolidados.

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