Abaixo-Assinado (#56421):

Carta à comunidade acadêmica UNINCOR

Destinatário: Comunidade acadêmica unincor

Prezados,
Nós, alunos da graduação em Direito da Universidade Vale do Rio Verde viemos através desta expressar nossas opiniões e descontentamentos perante a comunidade acadêmica, bem como a reitoria, a coordenação e ao colegiado. A priori, gostaríamos de salientar que todas as decisões de suma importância e que impactam diretamente em todos os alunos da graduação foram tomadas sem ouvir os maiores interessados, os alunos. Em todo esse contexto não houve qualquer consideração em saber como nos sentiríamos afetados nesse momento no qual já viemos passando por grandes percalços no ambiente educacional em virtude da pandemia do Covid-19, causando sentimentos de injustiça, desrespeito e insensibilidade por parte da universidade em grande parte dos alunos.
Desde o início da pandemia há quase dois anos atrás fomos pacientes e buscamos entender o lado da instituição de ensino que nos acolhe, aceitando inclusive decisões contrárias a que pleiteamos quando solicitamos a redução da mensalidade. Entretanto e, sobretudo, agora no momento em que a maioria se encontrava esperançosa com o retorno presencial das atividades fomos surpreendidos com uma série de mudanças que irão abalar a continuidade de toda a nossa graduação.
Ora, somos estudantes do Direito, e desde a primeira aula fomos orientados que o nosso curso e bem como nossa luta deverá ser pautada no diálogo, no debate e na democracia constitucional, direitos esses que nos foram negados e assim sendo, nos sentimos no dever de questionar algumas das decisões tomadas.
Em relação ao rodízio de turmas com o intuito de diminuir a aglomeração de pessoas na instituição gostaríamos de questionar aonde esse fato se demonstra eficiente, tendo em vista que em mídia circulada (vinculada na reunião de representantes) as turmas do 9° e 10° período revezarão com as demais turmas, demonstrando que não há proporcionalidade quanto ao número de alunos. Ademais foi nos comunicado que algumas turmas terão aulas de certas disciplinas em conjunto e como algumas serão ministradas presencialmente, não seria uma aglomeração de pessoas juntarem cerca de 40 a 70 alunos em uma mesma turma? Então qual seria o conceito de aglomeração que a universidade se refere ao optar pelo revezamento das turmas?
Ademais, outra questão que tange o revezamento das turmas, como ficarão aqueles alunos que residem em municípios distintos de Três Corações? Quais os meios de transporte irão utilizar parar chegar à aula? Tendo em vista que a grande maioria opta pelos serviços prestados por terceiros de transporte e esses são cobrados mensalmente e não semanalmente. Os alunos residentes em outros municípios terão que arcar integralmente e ficarão financeiramente prejudicados. Quanto a buscarem pagar pelos dias de serviços prestados, cabe aos prestadores de serviço de transporte aceitarem ou não. E se não aceitarem? A universidade irá solucionar a questão?
Outro ponto relevante é o aumento da mensalidade, tendo em vista a continuidade, em certa parte, do modo de ensino remoto, além da crise financeira que abarca a grande maioria dos alunos. Como mencionado anteriormente, nos foi negada, no início da pandemia, a redução dos valores, e agora que ainda não teremos aula 100% presenciais, tivemos um reajuste exponencial. Compreendemos que a tendência das mensalidades é sofrer reajustes, mas não vimos, na prática, tais reajustes serem aplicados na estrutura dentro da Universidade, tendo em vista que nós, alunos, sentimos que todas as decisões tomadas não irão nos favorecer, inclusive a de nos manter em rodízios e a diminuição da carga horária.
É de conhecimento público que outras instituições de ensino da região retornaram ao modelo 100% presencial, respeitando todas as medidas de contenção do Covid 19, além de que não apresentaram mudanças significativas que afetam todo o curso nesse momento de retorno. Tal atitude foi totalmente contrária à adotada pela Universidade Vale do Rio Verde, causando nos alunos um sentimento de insatisfação e incerteza.
Fato relevante é a inclusão da prova global como avaliação majorada em 15 pontos, sendo, quase unânime o descontentamento dos alunos. Entendemos e concordamos com o valor preparatório e educacional da prova global para concursos públicos e Exame da Ordem, entretanto, achamos insensível a incluir imediatamente em um momento de readaptação e, inclusive, majorando-a de forma exponencial. Todos os alunos tiveram quatro semestres de ensino remoto, e é sabido que os danos foram evidentes. Caso apliquem a prova global, o prudente seria, nesse contexto, aplicá-la em caráter não avaliativo, visando à adaptação dos alunos a essa nova realidade. Além de que, a adaptação diz respeito a voltar a realizar todas as avaliações presencialmente, costume perdido durante a pandemia.
Gostaríamos de ressaltar, ainda, a insatisfação com o modelo híbrido representado pelo revezamento de turmas. Já sofremos danos irreparáveis ao longo desses quatro semestres, e persistir nesse modelo mesmo que seja por duas semanas ao mês, irá agravar ainda mais os prejuízos. O vírus Covid-19 é uma realidade que toda a sociedade terá que conviver pelos próximos anos, e o que resta é nos adaptarmos tentando minimizar os efeitos. Partindo do princípio que a imensa maioria se encontra vacinada com pelo menos duas doses do esquema vacinal, e que a dose de reforço será aplicada em março nos mais jovens, e que o número de óbitos e internações decaiu absurdamente, não vemos o porquê de o sistema híbrido ser mantido. Além disso, o colégio mantido pela mesma fundação retornou com as aulas presenciais integralmente, e tendo em vista que as crianças não possuem sequer o esquema vacinal completo e a mesma responsabilidade que os adultos quanto às medidas de prevenção, torna-se a medida de aplicação do sistema híbrido a nós, questionável. Outro fato é que, chegou ao nosso conhecimento que outros cursos, optarão pelo sistema 100% presencial, gerando em nós um sentimento de desigualdade. Com relação a isso, suponhamos que um dos cursos 100% presenciais apresente contágio, todas as aulas de todos os cursos da universidade serão suspendidas? Pois, se assim forem, seremos, mais uma vez, prejudicados exponencialmente.
Ressalta-se que a presente carta e as demandas nela expostas são um compilado de todas as questões levantadas pela imensa maioria dos alunos de diversos períodos, não pertencendo exclusivamente a uma turma específica. As regras não foram informadas no ato da rematrícula, ou seja, os alunos firmaram um contrato sem ter conhecimento sem ter conhecimento dos novos métodos.

Em virtude do exposto, ficam evidentes as inconsistências e divergências das medidas adotadas e impostas ao corpo discente. Diante do plano de contingência acadêmica apresentado aos alunos e considerando o que foi exposto na reunião promovida entre os representantes de turma e a coordenação, nota-se que, tamanha ansiedade em promover mudanças abruptas no sistema ensino, não nos beneficiou como o pretendido.
Sendo assim, levando em consideração toda a problemática e buscando uma solução democrática, sugere-se que a universidade busque o diálogo com os períodos, separadamente, para que cada um deles decida o método adequado, híbrido ou presencial para sua realidade.
Em suma, o que exigimos é o diálogo, para que possa ser levada em consideração a nossa opinião e as nossas reivindicações, para que de comum acordo, entremos em consenso.

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