Abaixo-Assinado (#59477):

Carta aberta a reitoria

Destinatário: Alunos ufop

Esse documento tem a finalidade de relatar as dificuldades que os alunos enfrentam atualmente na UFOP, os reflexos da falta de orçamento e investimento na educação, e como isso tem afetado a vida, saúde, física e psicológica da comunidade universitária.


Cobranças:

A falha na assistência estudantil e seus reflexos. Apesar da diversidade de bolsas, a universidade não trata devidamente dos assuntos relacionados à saúde mental;
Criação do Programa de Prevenção de Suicídio, tanto tendo em vista o proposto pelo SUS quanto nossa especificidade enquanto Universidade Federal de Ouro Preto;
Como acolher os profissionais da saúde e servidores sociais relacionados ao atendimento estudantil;
Adesão institucional da UFOP para o curso de extensão Abordagens do Suicídio: Cuidado, Acolhecimento e Prevenção;
Explicação e ampliação sobre quais profissionais compõem o núcleo de atendimento para saúde mental.

Reivindicamos que todas essas cobranças sejam concluídas até o mês de setembro.

PONTOS EXPOSTOS EM REUNIÕES DO CORPO DISCENTE

UFOP não procurou, ou não se manifestou em procurar órgãos superiores para notificar os problemas de saúde mental;
Protocolo de atendimento pouco voltado para realidade de Ouro Preto, Mariana e João Monlevade;
Falta de transparência financeira para solução de problemas relacionados a saúde mental;
Falhas profissionais ao atendimento de assistência psicológica;


Relatos de vivência de alunos residentes nas moradias estudantis sócio econômicas
Desde o período pandêmico, os alunos residentes nas moradias socioeconômicas têm sofrido, ainda mais, com questões financeiras.
Já não é fácil permanecer na universidade sendo aluno que encontra-se em condições de vulnerabilidade econômica, o impacto foi ainda mais negativo desde a pandemia.
Apesar de alguns alunos conseguirem alguns auxílios como a doação de cestas básicas, havia uma dificuldade acentuada de conseguir amparo para o básico e fundamental.
Estudantes residentes das moradias socioeconômicas, não tem facilidade para obter um acompanhamento psicológico por falta de recursos financeiros, o que dificulta os casos que necessitam de tratamento.
Além das dificuldades enfrentadas por nós em relação às condições financeiras, o que se tem observado é uma transferência de responsabilidade na qual não há um amparo, nem tão pouco uma orientação de como lidar com determinadas problemáticas como o suporte e auxílio a outros alunos.
Quando ocorreu a transferência de titularidade das contas de energia, da UFOP para alunos, foi redigido uma carta na qual entrelinhas estava descrito como é o nosso dia-a-dia, naquele momento relatamos, em uma das falas: os alunos pedem socorro.
Nesse sentido gostaria de refletir, o quanto a ausência de recursos destinados à educação, através do governo federal entre os anos de 2018 - 2022, afetou os alunos, seja em sentido de moradia, seja no bem estar, saúde física e psicológica.
Mais uma vez, pedimos socorro!
Não aceitamos mais que percamos nossas vidas por falta de infraestrutura e investimentos na educação.
Chega de estudantes perdendo sua vida por falta de suporte psicológico na UFOP!

A situação em repúblicas particulares e federais
Não é excluída do cenário de sobrecarga dos estudantes. O aumento ridículo do dinheiro das bolsas de "permanência" não foi o suficiente para suprir os aluguéis, contas de água e luz e suprimentos básicos, mesmo em casas onde moram mais de dez pessoas. Daí vem a necessidade de alunos que vieram para universidade estudar e se formar, de arrumarem formas paralelas de arrecadar dinheiro para se manter na instituição.
Quando foi preciso o suporte da UFOP essa ajuda se manifestou através de cobranças, sendo essa a obrigatoriedade de que os alunos residentes nas moradias socioeconômicas, fossem responsáveis pelo pagamento das energias elétricas que desde a fundação da Vila, sempre foi de responsabilidade da UFOP, porém a de se citar, que nunca foi obrigação da própria em Mariana.
Com o aprofundamento da crise econômica liderada por esse governo neoliberal, o risco da subsistência de alunos residentes das moradias aflorou. Como por exemplo, estudantes que estavam vivendo esse contexto, não conseguiram garantir a mínima subsistência para permití-los irem à aula.

Tratando-se do relacionamento entre professoras e professores e alunas e alunos, realçamos que há a necessidade de uma atenção maior na construção hierárquica que coloca discentes em posição extremamente fragilizada. Sendo que docentes coordenam verbas, projetos e diversas atividades, o corpo discente encontra poucas ferramentas para se proteger de possíveis abusos de poder.

O que nos levou a seguinte reflexão:

Não seria esta forma de relacionamento mais um “sintoma” de adoecimento do corpo docente? Não seria esta uma forma de reprodução de um ambiente também adoecido? Estes fatores contribuem para um silêncio geral sobre seus sofrimentos, assim como o medo de serem “taxados” como instáveis ou incapazes… tudo aquilo que posições hierárquicas que se veem como superiores utilizam para menosprezar os outros e esconder suas próprias dores, angústias e isolamentos!

Profissionais de toda área da saúde e servidores sociais
A alta demanda e poucos funcionários para supri-la. Este quadro acarreta na má aplicação e desenvolvimento do protocolo de atendimento, assim como sobrecarrega os próprios funcionários.


RU e ausência de passe livre.
São assistências que têm proporção altíssima que tem um impacto enorme na vida e na saúde mental de vários estudantes.

Como os problemas da UFOP também são consequências de políticas neoliberais, como a perda da autonomia da Universidade, a privatização de mecanismos de permanência e políticas que boicotam o orçamento da Universidade, como foi o Teto de Gastos e permanece sendo com o Arcabouço Fiscal.

Sendo assim, reafirmamos a necessidade da criação, por parte da Universidade Federal de Ouro Preto, de comitês permanentes para o levantamento de dados e avaliação da situação da saúde do corpo discente da graduação e de pesquisadoras e pesquisadores, distribuídos pelos departamentos e programas de pós-graduação e respeitando as suas especificidades, assim como a reunião destes dados, através de um Comitê Central (CC), para divulgação pública e transparente da conjuntura visando a criação, a manutenção e a ampliação de políticas permanentes que abranjam as demandas anteriormente levantadas.

Nós do Movimento Estudantil Organizado da UFOP também estamos refletindo e planejando políticas de cuidado e acolhimento para todos.

Reivindicamos uma universidade que seja acolhedora, popular e digna de seus estudantes.



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