Abaixo-Assinado (#8299):
Vimos nos posicionar terminantemente contrários à demolição dos armazéns 4 e 5 do Porto de Vitória, tendo como argumentos:
- o valor dos dois prédios como patrimônio arquitetônico e referencial paisagístico da cidade de Vitória - ambos foram erguidos em 1940, compõem a paisagem do centro histórico e a memória coletiva da cidade;
- a importância do armazém 5 para a cultura, visto que esse galpão abrigou as diversas edições do projeto Estação Porto, da Secretaria de Cultura de Vitória, com shows, espetáculos teatrais e de dança, além de outros eventos multiculturais nacionais e internacionais, como debates, exibições audiovisuais, concursos musicais e lançamento de livros, transformando assim num pólo cultural da comunidade do Centro de Vitória, carente de espaços públicos dedicados às mais diversas manifestações artísticas;
- a relevância do armazém 5 para o setor turístico da cidade de Vitória e do estado do Espírito Santo, pois o galpão, com toda sua infra-estrutura, é utilizado como estação de embarque e desembarque para os passageiros dos cruzeiros que tem Vitória incluída em suas rotas - apenas no verão de 2011, até o dia 25 de fevereiro, 28 cruzeiros fizeram escala em Vitória;
- a integração dos galpões do porto ao ambiente histórico-cultural do Centro, composto também pelo Palácio Anchieta, Theatro Carlos Gomes, Escola de Teatro e Dança Fafi e Museu de Arte do Espírito Santo, entre outros, visitados por turistas e viajantes que buscam conhecer a cidade por seus equipamentos culturais, urbanísticos e arquitetônicos;
- a recente onda de desmantelamento dos equipamentos culturais da cidade de Vitória, que levou à demolição do Teatro Edith Bulhões e ao encerramento das atividades do Teatro Galpão, e que pode se agravar com a demolição do armazém 5 e com o encerramento triste e definitivo de todos seu potencial como espaço artístico.
Propomos, paralelamente, o tombamento do Porto de Vitória como patrimônio histórico da cidade de Vitória e do estado do Espírito Santo pelos conselhos de cultura municipal e estadual, sendo esta a melhor forma de garantir sua preservação, o investimento em melhorias e a destinação a usos condizentes com as necessidades da comunidade.
A demolição foi anunciada na mídia em outubro de 2009 pelo presidente da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) para ampliação do cais comercial do porto. Recentemente, o ministro da Secretaria de Portos do Brasil veio ao Espírito Santo e confirmou a obra (que teve início no fim de 2010).
Abaixo, alguma matérias publicadas sobre o assunto:
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2011/02/noticias/a_gazeta/economia/781650-armazens-do-porto-vao-dar-lugar-a-uma-retroarea.html
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/10/553601-cidade+partida.html
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